A pequena Lara tem apenas 3 anos. Ela faz parte de uma geração que nunca vai saber como é não estar conectada. E os efeitos do nascimento na era digital podem ser facilmente comprovados desde essa primeira infância. Para Lara – e outras crianças como ela – também os brinquedos precisam ter apelos diferentes.
Se as crianças da nova geração já trazem no DNA essa intimidade com os brinquedos da nova era, como ficam os jogos de tabuleiro, quebra-cabeças, bonecas ou uma simples bola de futebol? Será que eles ainda têm alguma chance num ambiente povoado por videogames cada vez mais atrativos, aplicativos infantis e streaming de vídeo com conteúdo sem fim? A resposta é sim. Mas, para sobreviver, mesmo brinquedos super tradicionais tiveram que incorporar novidades digitais.
Você se lembra do jogo Banco Imobiliário? Ele está no catálogo de uma marca de brinquedos desde 1944. Para sobreviver na era digital, ele teve que se renovar. Em sua versão mais recente, em vez dos “dinheirinhos” de papel, entra em cena uma máquina de transação de crédito.
Outro jogo de tabuleiro que também recebeu atualizações foi o clássico Detetive. Para solucionar o mistério de um assassinato, as informações não vêm apenas descritas nas cartas… agora, elas chegam por meio de uma ligação no celular. O tabuleiro agora convive com um aplicativo próprio, por meio do qual o jogador consegue acesso a pistas e dicas. Detalhe, o Detetive moderninho é a versão mais recente de um jogo que está no mercado há mais de 50 anos!
A indústria de brinquedos sempre vai na garupa da evolução de outras indústrias e se alimenta de tudo que está acontecendo na atualidade. Um exemplo disso vem dos drones. As crianças de hoje em dia já se acostumaram a ver drones na televisão, na internet e até ao vivo. Por isso, não é nenhuma surpresa encontrar na loja de brinquedo um drone para vender.
Quer mais um exemplo? Olha esse bichinho. Ele não é um bicho de pelúcia normal. Ele foi lançado recentemente e possui Inteligência Artificial. À medida que a criança vai brincando, ele vai aprendendo novas tarefas como cantigas e comandos. Depois de um determinado momento de aprendizagem, ele sofre uma mutação e altera a sua forma até chegar à fase “adulta”.
A tecnologia altera os comportamentos. Isso é óbvio. Mas, essa alteração não acontece em linha reta. Tem muitas idas e vindas. E a gente tem vários exemplos disso. Para ficar apenas em um: lembram-se quando todos acharam que os discos de vinil iam sumir com a chegada dos CDs e – mais ainda – com os formatos digitais, como o MP3? Eles não apenas não desapareceram, como viraram moda pouco tempo atrás. Nesse evento, realizado em um shopping na grande São Paulo, a ideia é essa: trazer a experiência dos brinquedos antigos para as crianças que nasceram na era digital poderem ter referências.
Criança sempre vai combiner com brinquedo, é claro. Mas, sem dúvida alguma, os brinquedos do futuro serão bem diferentes dos que temos hoje. Resta saber até onde os velhos títulos e os velhos jogos vão conseguir se adaptar aos novos tempos.
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