O anúncio de que a Uber não renovará o patrocínio para a Ciclofaixa de Lazer vem preocupando cicloativistas. O temor é o de que ocorra o mesmo que aconteceu entre agosto de 2019 e julho de 2020, quando as faixas deixaram de ser montadas por falta de patrocinador.
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“A prefeitura à época chegou a dizer que bancaria, mas isso não acabou acontecendo. Várias pessoas acabaram saindo às ruas achando que teria a ciclofaixa e nada foi montado”, afirma Willian Cruz, 48 anos, do Vá de Bike.
A informação de que o termo de cooperação não seria renovado foi noticiado inicialmente pelo portal Jornal Bicicleta e confirmado pela Vejinha. Logo a notícia ganhou destaque em grupos de cicloativistas nas redes sociais. Os comentários sempre lembram de que o serviço, já consolidado como uma política pública de estímulo ao uso da bicicleta, já foi descontinuado.
Procurada, a prefeitura informou que a Secretaria Municipal de Transportes fará um chamamento público para captação de novos patrocinadores. “Vale ressaltar que o serviço não será descontinuado”, informa, em nota.
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Quase nenhum cicloativista confia muito nisso, entre eles Daniel Guth, pesquisador em políticas públicas de mobilidade urbana e diretor executivo da Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas). “As chances são maiores de termos interrupção do que da prefeitura conseguir outro patrocinador à altura”, afirmou.
Para os especialistas, o maior gargalo está no custo da operação, de R$ 11,5 milhões ao ano. “Estamos num momento de crise econômica. Atualmente você não tem ninguém que tenha esse nível de investimento”, afirma Guth.
Tanto Cruz quanto Guth afirmam ser mais viável e atrativo se o atual modelo da Ciclofaixa de Lazer fosse enxugado. Se isso ocorresse, a operação custaria um terço do que custa atualmente.
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Para isso, as propostas vão desde alargar o espaçamento entre os cones até reduzir a quantidade de monitores que ficam ao longo da via. Outra ideia é a de eliminar sobreposições de Ciclofaixa de Lazer com ciclovias e ciclofaixas já existentes. O exemplo mais óbvio disso é o da ciclovia da avenida Paulista, que aos domingos reserva faixas da pista no trecho que vai da praça do Ciclista, percorre toda a avenida, rua Domingos de Moraes até chegar ao Jabaquara.
Outra crítica é relacionada ao modelo único de patrocínio. “O modelo atual é difícil. Poderia ser feito por cotas de patrocínio, e não por patrocínio único”, afirmou Cruz.
Guth afirmou que essas propostas já haviam sido sugeridas à prefeitura, porém, técnicos da CET a barraram alegando falta de segurança. “É uma questão de abrir mão e repensar o modelo, que é engessado”, afirmou.
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Os cicloativistas preparam um documento a ser entregue à prefeitura para, novamente, tentar enxugar o modelo atual e também criar novas formas de gerir o sistema.
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