De Iporã a Barcelona: conheça o artilheiro do handebol que jogará no quintal de Messi

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Defender o Barcelona é sonho de consumo de nove (ou dez) entre dez jogadores de futebol, mas também da imensa maioria dos atletas do handebol. O capitão da seleção do Brasil Thiagus Petrus está lá e pode atuar ao lado de outro brasileiro na próxima temporada, já no segundo semestre: Haniel Langaro, 23 anos e 1,98m, que não confirma, mas estaria negociando tempo de contrato.

— Onde há fumaça, há fogo. Irá na próxima temporada ou na outra. Não podemos culpá-lo por este sonho. Se não quisesse, seria estranho — admitiu Patrick Cazal, técnico do Dunkerque, à imprensa francesa.

— Queria jogar em clubes de expressão no exterior, na seleção e chegar à Olimpíada. Os próximos sonhos são chegar ao Barcelona e ao pódio olímpico. Este último é mais difícil — admite Haniel, que diz saber do interesse dos catalães. — Só não houve proposta. Claro que não consigo desligar disso, mas tenho contrato na França por mais uma temporada. Vamos ver.

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Brasileiro jogou na Espanha antes de ir para a França, onde defende o Dunkerque Foto: Divulgação Federação Internacional de Handebol

No Barcelona desde agosto de 2018 e com contrato até junho de 2020, o colega Petrus põe o clube espanhol entre os 10 melhores do mundo. Segundo ele, há times europeus com elenco mais caro, mas, em estrutura, a modalidade teria o mesmo tratamento de futebol, futsal e hóquei.

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— Desde que cheguei na Europa, em 2012, para o La Rioja, passei a admirar o Barcelona. É um dos clubes mais cobiçados e estou realizado neste sentido. Seria ótimo ter o Haniel, dois brasileiros no time principal — disse Petrus, que nesta temporada ganhou tudo (Supercopa da Espanha, Copa da Catalunha, Super Globe e a Copa Sobal) e ainda garantiu matematicamente o 15º título do Espanhol (Liga Sobal). O time busca ainda o décimo troféu da Liga dos Campeões e disputará a Copa do Rei.

Impulso espanhol

Washington Nunes, técnico da seleção brasileira, torce por Haniel, que considera um “finalizador nato” com muito potencial de evolução. Conta com o lateral-esquerdo para os Jogos Pan-americanos, em Lima. O ouro garante vaga em Tóquio-2020.

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Haniel (com a camisa 8), aos 12 anos, no time de Francisco Alves: tradição familiar Foto: Arquivo pessoal

— Também acredito que ele fechará com o Barcelona. Estão negociando tempo de contrato. E isso demonstra o quanto tem feito sucesso — aposta Nunes, que iniciará a preparação da seleção em Rio Maior, em Portugal, de 8 a 14 de abril.

O exílio precoce de Haniel tem relação direta com a falta de incentivo à modalidade e se deu graças a Jordi Ribera, técnico do Brasil de 2005 a 2008 e de 2012 a 2016 (hoje é treinador da Espanha).

Após escândalo por mau uso da verba pública, a Confederação Brasileira de Handebol perdeu todos os seus patrocinadores — o Comitê Olímpico do Brasil (COB) bancará as despesas na preparação da seleção rumo a Lima. Além disso, a liga nacional só tem dois times fortes: Pinheiros e Taubaté.

Ribeira, ao assumir a seleção, fez de tudo para tirar a modalidade da rotina. De clínicas a viagens. Projetou jovens talentos e os ajudou a cruzar o Atlântico rumo a Europa. Hoje, 98% dos atletas das seleções feminina e masculina jogam fora.

Sonho familiar

Haniel foi um deles. Descoberto em um camping da seleção, ele começou a jogar handebol por “tradição familiar”. O pai Alessandro, os tios e o irmão Davi são do handebol. Desde os 3 anos, ele acompanhava as viagens do pai e brincava com os outros jogadores do Iporã.

— Corria atrás da bola, com a mamadeira na mão — lembra Haniel, que passou a levar o esporte a sério com 10 anos, mudando-se para São Paulo aos 17. — Tive convites para jogar em vários clubes com 15. Mas meu pai fez questão que eu terminasse os estudos antes.

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Em 2017, ele foi um dos finalistas ao prêmio de atleta revelação da Liga dos Campeões e em 2018, eleito entre os três melhores da posição no Campeonato Francês (ele marcou 117 gols; tem 70 na temporada atual) Foto: PATRIK STOLLARZ / AFP

Quando deixou a cidade rumo a São Paulo, Haniel sabia que era “para não voltar mais”. Levou consigo as boas lembranças e alguns hábitos: na França, ele sempre dá um jeito de preparar o churrasco típico do restaurante da família. Armou uma churrasqueira no jardim de casa e diz rezar pela chegada do verão para assar as carnes que ele compra pela internet “por uma fortuna”.

— Ninguém segura o Haniel — diz Alessandro, de 44 anos, que chegou a ser convocado para a seleção no início dos anos 90, mas não pode atuar devido a uma lesão que abreviou sua carreira. Após dois anos na quadra, tornou-se técnico e hoje é diretor de esportes de Iporã, onde treinou o filho na base e o time feminino. Esse passado familiar se reflete numa espécie de homenagem que Haniel quer materializar para encher o pai de orgulho.

— Meu sonho é defender a seleção ao lado do meu irmão — diz ele sobre Davi, que, aos 17 anos, já está no Pinheiros.

 

 

 

 



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