Diego Alves passou de afastado do elenco ao principal nome do Flamengo na Libertadores deste ano. Depois de polêmica na reta final da última temporada, sob comando de Dorival Júnior, a permanência na Gávea era incerta para 2019. Porém, a pedido de Abel Braga, o camisa 1 ficou. E não só isso. Na, talvez, principal competição do ano, foi essencial nas duas partidas disputadas até aqui – foi eleito o melhor do Rubro-Negro no triunfo sobre o San José (BOL), na altitude de Oruro, e defendeu um pênalti contra a LDU (EQU) quando o placar ainda estava 1 a 0 para a equipe carioca.
Não apenas isso. Até aqui, ele é o goleiro com mais defesas realizadas na competição sul-americana (sete defesas simples e cinco difíceis, segundo o “Footstats”).
O atual treinador lembrou que, ao chegar ao Flamengo, não queria perder o jogador e entrou em contato para que as rusgas do passado ficassem por lá mesmo, vislumbrando novos tempos para Diego Alves no Rubro-Negro.
– Hoje ele foi fantástico. Naquele momento do jogo, podia complicar. É um exímio pegador de pênalti e isso ajudou bastante. Eu liguei para ele. E o legal de tudo é essa rapaziada (elenco), que o aceitou. Eu não estava na época do problema, tentei adequar a situação. Eu não gostaria de perdê-lo. Foi isso que eu falei a ele e o mais legal foi a forma que o grupo o recebeu, como uma segunda chance. Não importa se foi certo ou errado. Ele está muito bem, é um cara do bem, dedicado e está nos ajudando muito – disse.
Já Diego Alves celebrou o fato de ter conseguido fazer uma defesa importante na parte da partida que o time necessitava.
– Não sei se foi a melhor partida. Muitos falaram que foi o jogo passado, mas não fico olhando para isso. O importante é estar preparado para este tipo de situação. Hoje, graças a Deus, consegui defender um pênalti em um momento que o time precisava e fico feliz com isso, de poder ajudar o time no momento certo – afirmou o camisa 1.
O goleiro chegou ao Flamengo em julho de 2017, após sucesso na Europa e ser cogitado para a Copa de 2018. Os pênaltis defendidos contra Messi e Cristiano Ronaldo e as convocações à Seleção o tarimbaram como uma das grandes contratações do Rubro-Negro.
No fim do ano passado, porém, após a eliminação na semifinal da Copa do Brasil, para o Corinthians, o goleiro sentiu uma lesão. Neste período, Mauricio Barbieri acabou demitido e chegou Dorival Júnior que, primeiramente sem opção, colocou César, que, na avaliação do então treinador, correspondeu. Para a partida contra o Paraná, mesmo com Diego Alves já recuperado, a comissão técnica optou por manter César, o que desagradou o experiente goleiro, que se recusou a viajar.
A partir deste momento, as partes não conseguiram mais um denominador comum, discutiram e Diego Alves acabou afastado até o fim do ano, não participando da reta final do Campeonato Brasileiro, quando o Flamengo ainda buscava o título.
Após negociação, o camisa 1 confirmou a permanência no Flamengo, em entrevista coletiva no Ninho do Urubu.
– Eu precisava resolver essa situação interna com o Flamengo. O Marcos Braz me ligou logo que assumiu. Conversamos. Depois tive uma conversa muito franca com Abel. Falei o que penso e a verdade. Ele é a pessoa responsável por eu estar hoje aqui – afirmou, à época.
A aposta de Abel Braga para o gol do Flamengo nesta temporada, até o momento, pareceu acertada.