Crítica: ‘Jungle Cruise’ é aventura que diverte à moda antiga

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A Disney sabe que tem várias fontes onde pode “beber água” como forma de se inspirar para fazer uma nova produção. Logo, imagine pegar o que funcionou com ‘Piratas do Caribe’, ‘A Lenda do Tesouro Perdido’, ‘Indiana Jones’ e talvez um pouco de outros estúdios, como ‘O Caminho para El Dorado’ e ‘A Múmia’, jogar tudo em um filme de aventura na selva, com dois atores de peso como protagonistas para, enfim, homenagear uma atração do Magic Kingdom? Bem, isso é ‘Jungle Cruise’, aposta de blockbuster do estúdio – afinal, US$ 200 milhões investidos.

Dirigido por Jaume Collet-Serra, que deixa de lado o gênero de terror para uma formato totalmente diferente, o novo longa da “casa do Mickey Mouse” entrega uma jornada cativante e bucólica, sem medo de mirar um estilo “Sessão da Tarde” para criar um épico romântico para toda a família. A Floresta Amazônica – sim, brasileiros. Nas terras tupiniquins -, onde o filme é ambientado, ganha ares e visual repleto de “mágia Disney”, trazendo um sentimento místico que outrora foi muito utilizado nas telonas, inclusive pela própria gigante do entrenimento, porém com traços mais delicados e sensíveis.

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Dwayne Johnson é Frank e Emily Blunt é Lily em ‘Jungle Cruise’. Imagem: Disney/Divulgação

A história é a seguinte: com o intuito de descobrir uma árvore milenar com propriedades curativas únicas, poderosa o suficiente para transformar a medicina, a pesquisadora Dra. Lily Houghton (Emily Blunt) acaba embarcando em uma aventura cheia de emoção pela floresta com o Capitão Frank Wolff (Dwayne “The Rock” Johnson), que a guia rio abaixo em seu antiquado barco. Ao lado deles, há o excêntrico e atrapalhado irmão da protagonista, McGregor (Jack Whitehall) – que, vale ressaltar, é confirmado como o primeiro personagem abertamente gay da Disney.

Talvez seja uma combinação inusitada nos cinemas e sequer nunca pedida, mas ‘Jungle Cruise’ apresenta para nós uma dupla de protagonistas que, de prontidão, nos cativa. Ambos os atores são trajados com o arquetipo típico da famosa e famigerada “jornada do herói”, porém isso não é ruim de forma alguma. De um lado, The Rock (mais uma vez) interpreta, bem, ele mesmo – o personagem incrível, destemido, que topa qualquer parada e que faz o público gostar dele em qualquer cena. Equilibrando bem os lados cômico e aventureiro, o ator se diverte com as “piadas de tiozão” e abraça o status que tem de quase “imortal e intocável”. Admita: ele sozinho é o maior sucesso de Hollywood, atualmente.

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The Rock interpreta ele mesmo em aventura da Disney, e tá tudo bem!. Imagem: Disney/Divulgação

Já Blunt é a mistura perfeita de Lara Croft e Indiana Jones. A personagem é esperta, destemida, teimosa e que em poucos segundos sai de uma situação totalmente perigosa com artimanha e destreza “à la MacGyver”, além de fazer uma dupla de protagonistas praticamente perfeita ao lado de The Rock. Aliás, como ninguém parou para pensar que uma atriz já tão reconhecida pudesse fazer um tipo de filme mais aventuresco? Claro que ela já mostrou a performance dela em ações como ‘Sicario’, ‘No Limite do Amanhã’ e outros, mas ‘Jungle Cruise’ é uma proposta completamente diferente. Enfim, não imaginaria outra pessoa para o papel.

De qualquer forma, ambos os personagens principais dividem a tela bem e atuam em sintonia um com o outro da mesma forma cativante e apaixonante, algo que é necessário elogiar na direção de Collet-Serra, que conseguiu mesclar a empatia e encanto de Blunt e The Rock com uma viagem nostálgica aos clássicos aventureiros mais amados pela geração millennial, ao mesmo tempo que ainda cumpriu a missão de homenagear a atração original responsável por trazer o filme à vida – sério, se você já foi ao ‘Jungle Cruise’, com certeza ficará perplexo com a quantidade de easters eggs relacionados ao “passeio queridinho” e criado pelo próprio Walt Disney.

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The Rock e Emily Blunt fazem dupla cheia de carisma em ‘Jungle Cruise’. Imagem: Disney/Divulgação

E tal qual o produto do Magic Kingdom, o filme brinca e aflora de forma criativa com o imaginário infantil de “floresta selvagem”. Os brasileiros definitivamente serão pegos de surpresa ao perceberem que a aventura começa em Porto Velho, no estado de Rondônia. No entanto, o roteiro escrito a oito mãos acerta e erra muito em apresentar uma história que se passa no inicio do século 20 ao público – especialmente do Brasil – de 2021. Ao mesmo tempo em que o argumento de John Norville, Josh Goldstein, Glenn Ficarra e John Requa tenta fazer uma doce homenagem ao nosso País com um eletrizante passeio pelas águas do Rio Amazonas, a rica flora e fauna (incluindo tucanos, onças e botos-cor-de-rosa), lendas e mitos nacionais, a língua Tupi dos indígenas e etc, a produção erra no exagerado estereótipo… em praticamente tudo.

Veja bem, há certa recorrência de Hollywood em reforçar estereótipos, ainda mais com filmes ambientados na América do Sul. ‘Jungle Cruise’, infelizmente, apresenta os brasileiros (novamente) como um povo menos civilizado e a Amazônia como um lugar “cheio de perigos e pouco explorada, repleta de animais selvagens que irão te matar a qualquer momento”. Para alguns, o fator pode incomodar um pouco e, para outros, até demais. Venhamos e convenhamos, é difícil não ficar levemente chateado com alguns aspectos que referenciam (querendo ou não) a “doutrina do destino manifesto”, ainda mais quando o personagem de The Rock domestica uma onça como se fosse algo comum por aqui.

Um ponto positivo em meio aos chavões do novo longa da Disney é, com certeza, a atuação de Whitehall como McGregor. Quase um protagonista, o ator de ‘Bad Education’ abraça o papel clichê de “amigo gay” dos atores principais, todavia com a oportunidade de roubar a cena sempre que possível. Engraçado e bem construído durante todo o longa, o personagem talvez seja o ponto mais alto de todo ‘Jungle Cruise’. Mesmo assim, a Disney comete o mesmo erro com o Lefou de Josh Gad em ‘A Bela e a Fera’ (2016) e não aborda a homossexualidade do irmão de Lily de forma mais explícita – é 2021, pessoal. E o filme não é “livre para todas as idades”, caso isso for um problema. Já está mais do que na hora.

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Jack Whitehall interpreta o primeiro personagem abertamente gay da Disney em ‘Jungle Cruise’. Imagem: Disney/Divulgação

Outros destaques do filme são os vários plot twists, algo que o diretor por trás de ‘A Casa de Cera’ não poderia deixar faltar, mesmo em uma aventura para a família. Não obstante, ‘Jungle Cruise’ peca por estender a narrativa mais do que o necessário. A produção de 127 minutos (mas que parece ter uma duração muito maior) se assemelha a um “gráfico em V”, sabe? Começa bem e, em seguida,se arrasta por um certo tempo, quase perdendo o “fio da meada” no meio da trama. Felizmente, o longa se recupera fornecendo surpresas gratas para não perder o público e atinge um clímax estupendo e cheio de ação graças à boa dinâmica Johnson-Blunt. Mesmo conseguindo se esquivar do fator “cansativo”, Collet-Serra poderia ter desenvolvido uma trama mais enxuta.

Aventure-se – e fique maravilhado – com ‘Jungle Cruise’

‘Jungle Cruise’ é uma surpresa agradável e digna de se assistir nas telonas. Ao mesmo tempo que é empossado com o propósito de homenagear a própria Disney, a aventura não esconde a inspiração em muitos outros longas dentro do gênero, como ‘Indiana Jones’ e ‘A Múmia’. As cenas de ação tornam a experiência cinematográfica ainda mais impressionante, em meio a efeitos visuais que – mesmo com downgrade em alguns momentos – são muito bem executados e figurinos de época que são um deleite à parte.

Comparado com outras tentativas semelhantes de transformar atrações de parques temáticos em fontes de receita, como ‘Mansão Mal-Assombrada’ ou ‘Tomorrowland – Um Lugar Onde Nada É Impossível’, a produção estrelada por The Rock e Blunt é uma aventura que remete aos clássicos e que, em 2021, preenche um vazio deixado por franquias icônicas como ‘Piratas do Caribe’ e ‘A Lenda do Tesouro’, podendo se tornar a próxima grande saga do gênero das telonas.

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‘Jungle Cruise’ é aventura que diverte à moda antiga. Imagem: Disney/Divulgação

De qualquer forma, o que há de errado com um bom escapismo à moda antiga? Absolutamente nada. ‘Jungle Cruise’ soa démodé, mas dá entretenimento ao público de uma forma tão animada, além de ser um blockbuster que traz lições valiosas, e não foge da oportunidade de falar a respeito de diversidade de gênero, importância da família, preservação ambiental e amizade.

Ficou ansioso para ‘Jungle Cruise‘? No Brasil, o filme estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 29 de julho, e no Disney+ um dia depois por meio do Premier Access – serviço que exige um pagamento único adicional e estará disponível por tempo limitado. Saiba mais sobre a nova aventura com a sinopse e o trailer abaixo:

“Frank (Dwayne Johnson) trabalha como capitão de um barco em uma atração turística totalmente fantasiosa. Quis o destino que suas verdadeiras habilidades fossem colocadas à prova. Isso acontece quando ele conhece Lily (Emily Blunt), uma exploradora que não mede consequências para dar andamento em suas investigações. Quando ela e o irmão (Jack Whitehall) contratam Frank para comandar a embarcação numa expedição de verdade, em busca de um misterioso segredo, os perigos que os aguardavam eram mais reais do que podiam imaginar. Do mesmo roteirista de Logan (2017) e Blade Runner 2049 (2017), e do mesmo diretor de Sem Escalas (2014) e Desconhecido (2011). Baseado em um parque temático da Disney.”

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