Crítica: ‘As histórias que inventamos sobre nós’

195
Anúncio Patrocinado


Tem uma festa da dança contemporânea carioca acontecendo na cidade. “As histórias que inventamos sobre nós”, que comemora as duas décadas de vida da Esther Weitzman Companhia de Dança, é muito mais do que um espetáculo de aniversário. É uma celebração ao amor pela dança e à sobrevivência dos corpos em tempos tão incertos, para quem vive de arte na cidade, no estado e no país. Generosidade, afeto e entrega é o que se vê aqui, em doses cavalares.

CONFIRA: A programação atualizada de Dança no Rio

Trata-se de um projeto de reencontros. Esther teve a coragem de convidar todo mundo, entre bailarinos e técnicos, que um dia passou pela companhia nestes 20 anos para estar em cena. Muitos aceitaram. Na abertura, mais de 15 intérpretes surgem no palco, com figurinos vermelhos, o que talvez seja o único traço de união entre corpos tão diversos. Tem jovens explodindo de energia, bailarinos profissionais dos 20 aos 50 anos e até iluminador e designer.

Trata-se de uma homenagem à própria história coreográfica de Esther, cujo talento para escolher elencos é inegável. Nestes anos, muitos de seus espetáculos partiram de elencos específicos, como nos mais recentes, “Jogo de Damas” (2013), só com mulheres, e “Dançar (não) é preciso” (2016), que apostou em bailarinos muito jovens.

Anúncio PatrocinadoGestor de Tráfego - Do Mil ao Milhão: Torne-se um Especialista em Tráfego Pago

“As histórias que inventamos sobre nós” é um espetáculo alegre, mas nada superficial. Fala das diferentes possibilidades de encontros, das engrenagens de uma comunidade em ação. Esther e sua trupe revisitam trechos de coreografias de sua história, sem qualquer obviedade. Aqui e ali, ela vai salpicando cenas de trabalhos como “Terras” (1999), sua criação inaugural, “Por minha parte” (2005) e “Territórios” (2006) até chegar aos mais recentes. Isso tudo embalado por uma trilha totalmente condizente com a geração da coreógrafa, com Rolling Stones, Queen, Beatles e Led Zeppelin. A gente dança junto nas poltronas.

E, finalmente, até mesmo a escolha dos teatros da temporada de duas semanas diz muito sobre a história da dança na cidade nas últimas décadas. Até hoje, o Carlos Gomes, palco-símbolo do festival Panorama — e cujos técnicos, segundo Esther, estão sem receber há quatro meses; e, na semana que vem, o Cacilda Becker, principal espaço para companhias de dança no Rio. Mais uma celebração e respeito.

Vá assistir e tenha uma hora de felicidade garantida.



Fonte do Artigo

Anúncio