Até que demorou para acontecer, mas a China finalmente decidiu revidar às frequentes tarifas impostas aos seus produtos no mundo todo – principalmente quando o assunto são os carros elétricos.
Já escrevemos bastante aqui no Olhar Digital sobre o assunto. É totalmente compreensível que um governo e um país se incomodem com a concorrência oriental. Sem entrar no mérito das condições de trabalho na China, mas eles costumam entregar itens de boa qualidade e por um preço quase sempre mais em conta.
No mercado de carros elétricos, por exemplo, os chineses caminham para uma espécie de liderança global. A BYD chegou a bater a Tesla em alguns dos trimestres recentes. As montadoras chinesas se espalham pelos 4 cantos do planeta e, onde chegam, já se tornam relevantes – como aconteceu há pouco no México.
E o crescimento dos EVs chineses pode representar uma dificuldade extra para a indústria nacional, ou seja, as empresas mesmo estrangeiras, mas que possuam fábricas instaladas no país.
Até então, noticiávamos apenas as taxas sobre os chineses nos Estados Unidos, na Europa e até discussões sobre o tema aqui no Brasil. Mas nada de a China contra-atacar. Isso parece prestes a mudar.
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Discussão sobre taxar supercarros europeus
- Segundo informa o UOL, a China está reunindo fabricantes e associações locais para discutir um aumento nas tarifas sobre carros grandes a gasolina europeus.
- A medida ocorre cerca de um mês depois de a União Europeia ter aumentado (de novo) as taxas sobre os elétricos orientais.
- Da última vez, a Comissão Europeia elevou os impostos de importação sobre os EVs chineses de 38 para 46,3% (36,3% + 10%), sob a acusação de dumping industrial.
- O anúncio do contra-ataque foi feito pelo Ministério do Comércio chinês, que informou ter “ouvido as opiniões e sugestões da indústria, de especialistas e acadêmicos” sobre o tema.
- Se a medida se confirmar, podemos estar diante de uma verdadeira guerra comercial entre duas potências.
- E quem sairia perdendo seriam as grandes marcas de luxo europeias, como Ferrari, Lamborghini, Maserati, Porsche, BMW e Mercedes.
- Segundo informa o site Automotive News Europe, as exportações alemãs desses modelos para a China fecharam 2023 com a impressionante cifra de 1,1 bilhão de euros.
- A China é um dos maiores mercados do mundo.
- Estamos falando de um país extremamente rico e populoso (apesar da desigualdade social).
- Os ricos chineses costumam viajar o mundo todo e consumir muitos produtos de luxo ocidentais.
- Daí viria o prejuízo dessas super marcas de carros.
Quando a “guerra” pode começar?
Como dizem os grandes historiadores, a gente nunca sabe exatamente quando uma guerra começa. Mas os dois lados já mostraram as cartas que têm nas mãos.
A Comissão Europeia vai coletar os comentários das empresas chinesas afetadas pelas novas tarifas até 30 de agosto. Após essa fase, vai apresentar uma proposta final aos estados-membros, que deverão aprová-la ou rejeitá-la por votação qualificada.
O processo deve terminar entre o final de outubro e o início de novembro. Aí saberemos se as novas (e elevadas) tarifas continuarão ou não. Se continuarem, o prazo de vigência pode chegar a 5 anos.
Enquanto isso, a China está no modo standby. Apenas esperando os próximos capítulos da história – e pronta para reagir, se necessário.
A Europa talvez reconsidere os próximos passos.
As informações são do Motor1.
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