Desde 1968 o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo (Condephaat) realiza processos de tombamento de edificações no estado. Entre os imóveis agraciados pelo órgão com a “condecoração” estão os que abrigam alguns dos principais museus da capital. Confira quatro desses locais.
Catavento > Construído entre 1911 e 1924, com projeto de domiziano rossi, o Palácio das indústrias sediou órgãos diversos como assembleia Legislativa, Corpo de Bombeiros, departamento das delegacias regionais e instituto Médico Legal. Chegou a ser rebatizado com o nome de Palácio 9 de Julho, antes do tombamento, em 1982. Após um restauro comandado pela arquiteta Lina Bo Bardi, o espaço foi ocupado pela prefeitura, de 1992 a 2004. O atual museu infantil, inaugurado em 2009, recebe 600 000 visitantes por ano, o maior número entre as instituições ligadas à secretaria estadual de Cultura.
Museu da Imigração > Aberta em 1887, no Brás, a Hospedaria de imigrantes foi a primeira morada de muitos estrangeiros ao chegarem ao país. Com alojamento, farmácia, hospital, correios e cozinha, o local abrigou 2,5 milhões de pessoas de mais de setenta nacionalidades durante seus 91 anos de funcionamento. A construção foi tombada em 1982, e hoje o museu oferece a exposição de longa duração Migrar: Experiências, Memórias e Identidades e a mostra temporária Sinta-se em Casa.
Museu da Energia > Entre 1890 e 1894, período em que este imponente palacete foi erguido, o bairro dos Campos Elíseos era um dos endereços mais sofisticados da capital. O lugar chegou a ser residência de Henrique Santos Dumont, irmão do aviador Alberto Santos Dumont e um dos homens mais ricos do Brasil na época. Tombado em 2002, o prédio tornou-se museu três anos depois. Disponibiliza equipamentos interativos, jogos e projeções de filmes que refletem sobre questões ligadas a energia. Além disso, conta a história da expansão urbana e industrial da cidade nos últimos 150 anos.
Pinacoteca > O prédio, que fica no Jardim da Luz e teve sua conclusão em 1900, foi projetado por Ramos de Azevedo e Domiziano Rossi para acolher o Liceu de Artes e Ofícios. Cinco anos depois, no entanto, passou a sediar o museu mais antigo da capital. Seu acervo iniciou-se com vinte obras vindas do Museu Paulista da USP. Hoje ostenta uma coleção com quase 10 000 peças produzidas entre os séculos XIX e XXI, com destaque para Mestiço (1935), de Candido Portinari, e São Paulo (1929), de Tarsila do Amaral. O edifício foi tombado em 1982.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 06 de março de 2019, edição nº 2624.