Fundada em 2002 e idealizada por Paulo Mendes da Rocha (1928-2021), ícone da arquitetura paulistana responsável por construções emblemáticas como o Museu da Língua Portuguesa e o Museu Brasileiro de Escultura, a marquise da Praça do Patriarca, conhecida pelo formato futurístico, passará por uma revitalização ainda neste ano.
As obras, com duração prevista de um ano e meio, incluem recuperação dos pisos de pedras portuguesas com a instalação de balizadores esféricos, adição de postes de iluminação e um totem semafórico na frente do monumento, além de um spider glass, um cercamento de vidro ao redor da cobertura côncava. O projeto, em especial o envidraçamento adicional, é alvo de críticas de arquitetos e urbanistas da cidade, que apontam uma descaracterização da marquise.
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Renato Anelli, diretor de cultura do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e curador da Bienal de Arquitetura, conheceu a proposta há quase dois anos, quando a SPObras, empresa pública vinculada à prefeitura de São Paulo que gerencia projetos de infraestrutura, a apresentou em uma reunião do escritório técnico compartilhado do Condephaat e Iphan. “Na época, eu convidei o diretor que estava lá a apresentá-la para debate público, porque é uma proposta que desrespeita o monumento. A cobertura permite que as pessoas tenham algum conforto no acesso à praça e ao Anhangabaú. Esse envidraçamento não tem justificativa nenhuma, a não ser o impedimento da permanência de pessoas em situação de rua”, critica o urbanista.
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A revitalização da Praça do Patriarca integra um grande projeto de requalificação tocado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras (Siurb). Com um orçamento de 58 milhões de reais, ele ainda prevê intervenções no Viaduto do Chá e no entorno do Theatro Municipal. A licitação única dos três equipamentos deve sair ainda no fim de agosto.
O secretário da Siurb, Marcos Monteiro, pontua que o principal objetivo é recompor o piso de pedras com os desenhos dos mosaicos originais, a colocação das esferas de metal para ordenar o fluxo de veículos de serviços e de pedestres, além da lavagem e recuperação de pontos de ferrugem da estrutura. “Hoje, está realmente bastante suja e degradada. Com relação ao fechamento de vidro, é um assunto que está em discussão, mas o que queremos é melhorar o visual, até porque existe a grade de proteção da Galeria Prestes Maia, que está dentro da concessão do Anhangabaú”, afirma.
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As polêmicas em relação ao projeto se intensificaram após rumores de uma possível transferência da marquise para o Parque Ibirapuera, mudança que a prefeitura nega ter proposto. Ao jornal O Globo, o prefeito Ricardo Nunes afirmou que qualquer modificação dependeria da consulta aos familiares de Paulo Mendes da Rocha. O filho do arquiteto, Pedro Mendes da Rocha, se manifestou acerca do assunto em junho passado, quando visitou o local ao lado do vereador e urbanista Nabil Bonduki.
Contrário ao projeto, Pedro conta que foi procurado pela Associação Comercial de São Paulo, que informou falar em nome da gestão municipal. “Eu passei algumas considerações. Mas questões que foram colocadas como se pudessem ser revertidas parecem bastante consolidadas no projeto. Estamos falando de um patrimônio histórico, uma obra que foi pensada e concebida com a aprovação da prefeitura, dos órgãos do patrimônio e feita com a Associação Viva o Centro. Eu acho que a finalidade é higienista. O que está sendo discutido é uma cidade democrática, que não afaste as pessoas em situação de rua sem resolver o problema”, defende o arquiteto.
Diretora da companhia Dança Sem Fronteiras, que inclui artistas com diferentes tipos de deficiências e incubada no Centro de Referência da Dança, próximo ao Viaduto do Chá, Fernanda Amaral considera as mudanças em curso na região, em parte concedidas à iniciativa privada, positivas em relação à iluminação e à acessibilidade. “O entorno do Vale está ficando mais bonito, mas a questão é a utilização do espaço público pelas pessoas, que agora está mais difícil e burocrática. Quando tem eventos privados, eles enchem de tapume”, compartilha.
O processo de licitação está sendo preparado, mas o projeto ainda não foi aprovado pelo Condephaat, que aguarda o envio de informações complementares solicitadas pelo conselho técnico para, então, seguir com a deliberação. Que as intervenções façam justiça ao patrimônio arquitetônico e reafirme sua função de servir à população.
Publicado em VEJA São Paulo de 1º de agosto de 2025, edição nº 2955
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