Conheça as tecnologias que desapontaram em 2020

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Todo ano começa com uma série de promessas, e no mundo da tecnologia isso não é diferente. Mas previsões falham, tendências podem mudar ao sabor dos ventos e algumas tecnologias e produtos que pareciam um tiro certeiro acabam deixando a desejar.

Listamos abaixo algumas destas tecnologias que desapontaram em 2020. Isso não quer dizer que elas tenham sido um fracasso total: em todas houve avanços significativos, mas elas não “estouraram” como esperado e ficaram longe de realizar todo seu potencial. Quem sabe em 2021?

Cadê as redes 5G?

A primeira das tecnologias que desapontaram em 2020 é o 5G. Alta velocidade! Baixa latência! Internet das Coisas! Estas são algumas das promessas das novas redes desde as primeiras demonstrações. Mas para boa parte da população, elas ainda são inatingíveis.

Aqui no Brasil recebemos um “5G de faz de conta”, segundo o CEO da TIM, chamado DSS, enquanto o tão aguardado e eternamente adiado leilão das frequências para as redes 5G de verdade não acontece.

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Mas mesmo em países onde o 5G já é realidade, como nos EUA, o resultado deixa a desejar: o alcance das redes baseadas na tecnologia millimeter wave (mmWave), que promete velocidade de download na casa dos gigabits por segundo, é tão limitado que você precisa achar o local exato praticamente embaixo de uma torre para conseguir o sinal ideal.

Já as redes baseadas nas frequências sub-6 GHz têm alcance muito melhor, mas o desempenho não é tão bom quanto na tecnologia concorrente, ficando em um “meio termo” entre o 4G atual e a mmWave. Ainda assim, centenas de megabits por segundo não é algo de se jogar fora.

Há uma esperança para 2021: novos chips como o Qualcomm Snapdragon 768G prometem levar o suporte a 5G aos smartphones intermediários, acelerando a massificação da tecnologia. Com mais aparelhos compatíveis em uso, as operadoras terão mais incentivo para implantar as novas redes.

Carros autônomos

Outra tecnologia que desapontou em 2020 são os carros autônomos, e podemos botar parte da culpa disto no otimismo de Elon Musk, CEO da Tesla. Desde o ano passado ele vinha prometendo um Tesla 100% autônomo (FSD, Full Self-Driving) “em breve” e sonhava com uma frota de táxis robóticos em operação nos EUA já neste ano.

A tecnologia, entretanto, só chegou a um grupo limitado de usuários no fim de outubro, e ainda está em testes beta com resultados variados: em alguns casos se sai muito bem, mas em outros, passa vergonha.

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Sistema de direção autônoma da Tesla já pode ser testado por um pequeno número de motoristas nos EUA, mas ainda está longe do grande público.

É verdade que a Tesla não é a única empresa investindo em direção autônoma: empresas como a Waymo, uma irmã do Google, a Cruise, subsidiária da GM, e a Zoox, que foi adquirida pela Amazon, estão testando veículos autônomos nas ruas de cidades como San Francisco, na Califórnia.

Se a Tesla tivesse colocado a tecnologia de direção autônoma à disposição dos proprietários de todos os seus veículos, teria dado um grande passo para torná-la mais “palpável”. Por enquanto, ela continua restrita a testes limitados sob condições controladas.

Smartphones dobráveis

Depois do anúncio do Samsung Galaxy Fold, em 2019, toda uma subcategoria de smartphones dobráveis surgiu do nada, como cogumelos depois da chuva. Empresas como a Huawei, ZTE, Xiaomi e muitas outras demostraram protótipos e conceitos baseados na tecnologia, e a Motorola a utilizou para reviver o icônico Razr.

Por um momento, parecia que o “boom” da categoria iria acontecer em 2020, com o surgimento de uma segunda geração de aparelhos capazes de superar falhas dos primeiros modelos em quesitos como durabilidade.

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Motorola RAZR 5G: tela dobrável permitiu reviver um design icônico

Mas aí… a Covid-19 aconteceu. Fábricas na Ásia pararam no começo do ano, empresas engavetaram projetos e reduziram investimento, e o avanço da pandemia em praticamente todos os países do globo causou retração da economia e alteração nos padrões e prioridades de compra do consumidor.

De repente, gastar US$ 2 mil (ou R$ 14 mil aqui) em um smartphone passou a não ser uma ideia tão boa, mesmo para quem tem dinheiro para isso.

Drones entregadores de encomendas

É de se imaginar que com a expansão da pandemia e o distanciamento social imposto por ela o uso de drones para entregas fosse finalmente “decolar” (desculpem o trocadilho).

Há muito eles são alardeados como uma solução perfeita para a “última milha” entre uma empresa e o consumidor, entre outros motivos pelo fato de que não ficam presos no trânsito das grandes cidades.

Mas salvo algumas demonstrações, você pode passar horas olhando para os céus de uma grande cidade como São Paulo e não vai ver um drone sequer passar sobre sua cabeça carregando uma pizza quentinha.

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iFood fez um teste de entrega com drones, mas você ainda não vai encontrar esta opção no seu app

O uso de drones para entrega pode ser considerado decepcionante por vários fatores, entre eles o alto preço do equipamento (um Phantom 4 Pro V2 da DJI sai por cerca de R$ 7.700) e a legislação de vários locais, que impede os voos além do alcance visual do piloto.

Apesar disso, estudos e testes no uso de drones em entregas continuam. Em outubro deste ano um deles bateu o recorde mundial no transporte de órgãos humanos, percorrendo uma distância de 16,5 km em 25 minutos para levar um rim de um pequeno aeroporto regional em Nevada, nos EUA, para uma cidadezinha próxima. Uma agilidade que pode realmente salvar vidas.

Integração entre homem e máquinas

Há quem diga que a integração entre o homem e as máquinas já está acontecendo: tire o smartphone das mãos de uma pessoa e você verá ela ficar perdidinha, como se você tivesse lhe arrancado um membro. Mas não foi em 2020 que vimos o cérebro humano diretamente conectado a um computador.

Elon Musk e sua empresa Neuralink fizeram barulho em meados do ano ao realizar uma demonstração de seu implante cerebral em porcos. Instalado por um “robô cirurgião”, o dispositivo pode ler impulsos elétricos emitidos pelo cérebro, interpretar movimentos e prever os próximos passos do animal.

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O implante cerebral da Neuralink já foi testado em porcos

Isso é impressionante, mas está longe da capacidade de “gravar” informações em um cérebro vivo, ou do sonho de Musk de usar sua tecnologia para reparar neurônios, curar doenças como o mal de Alzheimer e expandir o intelecto humano. Ainda vai demorar um pouco até que possamos baixar uma expansão e aprender Kung-Fu, como o herói Neo em Matrix.

Uso de IA na moderação de conteúdo

Há quem diga que o pior trabalho do mundo é o de moderador de plataformas como o YouTube ou Facebook. Estas pessoas, geralmente mal-pagas e tratadas como peças descartáveis de uma máquina, são responsáveis por manter todo tipo de conteúdo indesejado ou ilegal longe de nossos feeds.

Isso inclui imagens de assassinatos, tortura, apologia ao crime, opiniões extremistas, discriminação de minorias, pedofilia, tráfico de pessoas, etc. Coisas que podem causar a um moderador danos psicológicos longo prazo, ou até mesmo levar uma pessoa ao suicídio.

Empresas como o Facebook e YouTube apostam em Inteligência Artificial para resolver o problema. Mas por mais sofisticados que sejam os algoritmos atuais, eles ainda não são capazes de igualar o desempenho de um humano nesta tarefa. Por isso consideramos esta como mais uma tecnologia que desapontou em 2020.

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Desde o começo da pandemia, o Facebook tem dependido mais de sistemas automatizados de moderação de conteúdo. Imagem: karanik yimpat/Shutterstock

Em setembro, o YouTube tomou a decisão de trazer de volta moderadores humanos afastados durante a pandemia, depois que ficou claro que os atuais sistemas de IA cometem erros em excesso e não conseguem igualar a precisão dos moderadores humanos.

Segundo o Financial Times, cerca de 11 milhões de vídeos foram removidos do YouTube entre abril e junho, o dobro da média. Usuários apelaram contra 320.000 destas remoções, e metade destes vídeos foram restaurados. Novamente, o dobro da média de quando moderadores humanos são usados. Os números são um sinal de que os sistemas de IA tinham “excesso de zelo” em suas tentativas de identificar conteúdo perigoso ou ilegal postado na plataforma.

Ainda assim, o Chief Product Officer (CPO) da plataforma, Neal Mohan, tem confiança nas máquinas, mesmo que seja para remover apenas os casos mais óbvios. “Mais de 50% destes 11 milhões de vídeos foram removidos antes que fossem vistos por um único usuário do YouTube, e mais de 80% foram removidos enquanto tinham menos do que 10 visualizações. Este é o poder das máquinas”, afirmou.

Redução das fake news

A pandemia e as eleições nos EUA foram um prato cheio para quem se beneficia da disseminação de fake news. Conselhos de saúde duvidosos, ou até mesmo perigosos, e as mais loucas teorias da conspiração circularam livremente, às vezes impulsionadas pelos mesmos algoritmos que deveriam recomendar conteúdo de qualidade.

E apesar de investimentos milionários de empresas como o Google e esforços de redes como o Twitter e Facebook para rotular e moderar informações falsas, às vezes disseminadas por governantes de países como os EUA e o Brasil, as fake news ainda correram soltas.

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Esforço contra as Fake News afetou até mesmo governantes como Donald Trump e Jair Bolsonaro.

Há uma linha muito tênue entre o que é um “filtro” para deixar conteúdo perigoso longe dos olhos do público e o que é censura, e muitos relutam em dar este poder de decisão a grandes empresas que já sabem muito mais do que deveriam sobre nossas vidas.

Por enquanto, a melhor barreira contra as fake news ainda é o bom-senso. Pensar, respirar fundo e seguir dicas como estas do WhatsApp são a melhor forma de evitar sua disseminação. Todos devemos fazer nossa parte, e não encaminhar conteúdo duvidoso na base do “não sei se é verdade, mas…”.

Apps de notificação de exposição ao vírus

Idealizados com propósitos nobres e o objetivo de controlar o avanço da pandemia, estes apps são outra tecnologia que desapontou profundamente. E parece que a culpa não é uma questão técnica, mas sim social.

Estes apps foram desenvolvidos com a intenção de facilitar a tarefa manual de retraçar os passos de uma pessoa infectada com uma doença e determinar com quem ela teve contato, numa tentativa de isolar estes indivíduos e barrar a expansão de uma epidemia.

A ideia é usar a interface Bluetooth presente em todos os smartphones como uma espécie de rastreador: cada smartphone tem um identificador único, que não pode ser conectado à identidade do proprietário e fica escutando os identificadores de outros celulares próximos.

Caso uma pessoa apresente sintomas de Covid-19, ou seja oficialmente diagnosticada com a doença, é possível comunicar esta informação a um servidor central, que emite um alerta para todos os outros celulares que estiveram próximos do aparelho do doente nos últimos dias.

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Exposure Notifications System no iOS e no Android. Imagem: Google/Divulgação

Para respeitar a privacidade da população, o alerta é algo como “você foi potencialmente exposto recentemente ao coronavírus, fique de quarentena e contate as autoridades de saúde”, e não algo específico como “João da Silva está com Covid-19 e você ficou perto dele na fila do supermercado na quinta-feira”.

Apple e Google correram contra o tempo para desenvolver esta tecnologia e implementá-la no maior número possível de aparelhos rodando seus sistemas operacionais, o Android e o iOS. Interfaces de programação foram desenvolvidas para que países e estados pudessem usar esta plataforma como base para seus próprios apps de notificação.

Mas o uso destes apps é opcional: o usuário tem que instalá-los e aderir ao programa, e ele só é eficaz se a maior parte da população de uma região participar. Não é o que acontece. Segundo o The Verge, o app do estado norte-americano de Nova York é usado por 5% da população. Em Nevada e Michigan este número é de 4%.

Os estados com o maior sucesso nos EUA são a Virgínia, onde 10% da população usa o app do estado, e Colorado, onde 20% dos habitantes adotou a tecnologia.

Jogos por streaming

Os jogos por streaming tem o potencial de fazer pela indústria dos jogos o que o Netflix e serviços similares fizeram com os estúdios de TV e cinema. Pagando uma mensalidade baixa, um usuário tem acesso a um extenso catálogo de jogos de várias produtoras, e pode jogar qualquer um dos títulos onde quiser, sem a necessidade de ter um console de última geração ou mesmo um PC Gamer.

O segredo da tecnologia é que os jogos, na verdade, rodam em servidores na nuvem. Tudo o que o aparelho do usuário faz é receber um stream com áudio e vídeo, e mandar de volta quais botões foram pressionados em um controle.

O problema é que para que isso funcione bem é necessária uma conexão de banda larga e com baixa latência entre o usuário e o servidor. Sem isso fica impossível jogar, já que haverá um intervalo perceptível entre o momento em que o usuário aperta um botão e quando o servidor retorna a resposta, na forma da imagem com a ação de um personagem.

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Cyberpunk 2077 chegou ao Google Stadia no mesmo em que foi lançado para consoles e PCs

Para reduzir este intervalo, conhecido como latência, idealmente o usuário tem de estar o mais próximo possível de um servidor: quando menor a distância que os dados precisarem viajar, menor o atraso. Isso exige investimento em datacenters locais e infraestrutura de rede, algo que não acontece do dia para a noite.

Outra dificuldade é convencer as produtoras de jogos a aderir ao modelo de “assinatura”. O Google afirmou no começo deste ano que 120 jogos seriam lançados para o Stadia em 2020, e em novembro um executivo disse que mais 400 jogos estão em desenvolvimento. Um catálogo atraente é outro passo importante para atrair os jogadores.

Com o lançamento de concorrentes como o Luna, da Amazon, e a expansão de serviços como o xCloud, da Microsoft, a disputa pelo bolsos dos jogadores promete esquentar em 2021. Alguns jogos também podem, inadvertidamente, dar uma forcinha.

‘Cyberpunk 2077’, novo jogo da CD Projekt Red, se tornou famoso por uma imensa quantidade de bugs e problemas de desempenho mesmo em computadores topo de linha e consoles da nova geração. Por isso a melhor plataforma para jogá-lo hoje, com o máximo de desempenho, não é um PC ou console. É o Stadia.

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