De origem tupi, o significado de “ipê” escapa dos clichês. “Flores bonitas” ou “árvore colorida” seriam termos mais intuitivos do que “casca dura”, a tradução oficial. Difícil acreditar que alguém consiga se ater ao tronco, diante de flores tão chamativas. Talvez o responsável pela alcunha não tenha tido a oportunidade de acompanhar a floração do ipê, o que não seria de espantar: a árvore só fica florida por menos de duas semanas a cada ano.
Por sorte, a tecnologia nos permite guardar esses vislumbres fugazes, nas galerias dos celulares, nos feeds do Instagram e aqui, nas páginas da Vejinha, que se abrem a essa beleza da natureza. O fotógrafo Agliberto Lima cultiva o hábito anual de sair pelas ruas à caça dos ipês durante o período de floração e capturou alguns cliques desse prenúncio da primavera. “A cidade de São Paulo ganha uma beleza única. Os pássaros aparecem e fazem a festa, e eu, as fotos”, relata o fotógrafo baiano radicado na cidade.
![[Tags] DSC_1430 Confira fotos da florada dos ipês em São Paulo](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2025/09/DSC_1430.jpg)
O ipê-amarelo é a grande estrela do ensaio. Não à toa: a flor cor de ouro é a mais abundante na cidade e quase foi decretada Flor Nacional pelo então presidente Jânio Quadros (1917-1992), em projeto de lei apresentado em 1961. “Trata-se, com efeito, de uma das mais belas flores das matas naturais brasileiras. Além disto, a espécie cresce de norte a sul do país e é sobejamente conhecida e admirada pelas populações no interior e da zona litorânea, pois tem sido cantada por nossos poetas e escritores”, argumentou o Ministério da Agricultura no documento. O projeto foi arquivado, mas o ipê segue como um símbolo patriótico na memória afetiva dos brasileiros.
O que os paulistanos conhecem como ipê-amarelo são, na realidade, seis espécies diferentes, que variam de acordo com o tamanho e a coloração da flor e a época de florescimento, por exemplo. Além dessas, São Paulo abriga outras cinco: o ipê-verde, duas espécies conhecidas como ipê-roxo e ipê-rosa, o ipê- branco e o felpudo — os dois últimos estão ameaçados de extinção.
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Cada espécie tem seu próprio período de florescimento e, quando ele acontece, as flores permanecem nos galhos por um tempo que gira em torno de uma a duas semanas. “Não existe um dia exato para a floração”, aponta Eduardo Barretto, coordenador do herbário de São Paulo. No caso dos ipês localizados nas calçadas do município, explica, ela acontece em períodos de temperaturas mais baixas e clima seco.
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A planta inspirou uma série de produções artísticas ao longo da história do Brasil, a mais famosa delas, eternizada no poema Tempo de Ipê, de Carlos Drummond de Andrade, publicado no livro Amar se Aprende Amando: “Não me chamem, não me telefonem, não me deem dinheiro, / quero viver em bráctea, racemo, panícula, umbela. / Este é tempo de ipê. Tempo de glória”.
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Publicado em VEJA São Paulo de 19 de setembro de 2025, edição nº2962
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