O Acordo de Paris, assinado em dezembro de 2015, criou metas para que os países consigam manter o aquecimento global abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC.
Pelo texto, as nações ricas devem garantir um financiamento de US$ 100 bilhões por ano, e os compromissos deverão ser revistos a cada 5 anos.
Para tentar limitar a temperatura, a COP 28, a Cúpula do Clima da ONU, selou um compromisso pelo fim dos combustíveis fósseis, no fim do ano passado.
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Todos esses dados são públicos, amplamente divulgados pela imprensa, estudados nas escolas e discutidos por políticos e cientistas.
Mas você já refletiu sobre o que eles realmente representam? Esse debate deve crescer nos próximos anos, sobretudo por que estamos muito próximos de romper a terrível barreira de 1,5ºC acima dos índices pré-industriais, ou seja, anteriores à Revolução Industrial (1850-1900).
Recordes negativos
Segundo informa o Programa Copernicus, da União Europeia, 2023 foi o ano mais quente da história! Pelo menos o mais quente dos últimos 125 mil anos.
Na média dos 365 dias, ficamos 1,48°C acima dos níveis pré-industriais.
No ano passado também, o mundo ultrapassou de forma inédita a marca preocupante de 2ºC em um único dia – foi em 18 de outubro.
E, de acordo com vários cientistas, 2024 deve ser ainda pior. A tendência é que, pela primeira vez, devemos ultrapassar a média anual de aquecimento de 1,5ºC.
Um dos responsáveis por essa previsão é o ex-climatologista da Nasa James Hansen.
Vale destacar que isso não significa a derrota do Acordo de Paris – pelo menos não ainda. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) só considera recortes de 20 em 20 anos.
Ou seja, serão necessários vários anos em sequência para que a marca negativa seja batida.
O fator El Niño
Os cientistas explicam que esse aquecimento acelerado tem influência direta do El Niño, que modifica a temperatura da água no Oceano Pacífico, impactando o clima no mundo todo.
Ou seja, após a passagem desse fenômeno climático, a tendência é que registremos uma queda nos termômetros.
Essa redução, porém, deve ser pequena, uma vez que as mudanças climáticas são reflexo, principalmente, das emissões dos gases que causam o efeito estufa.
Mesmo que o aquecimento acima de 1,5ºC não dure muito tempo, os cientistas afirmam que 2024 deve servir como uma espécie de vislumbre do que devemos enfrentar no futuro.
Sabe as ondas de calor que vivemos aqui no Brasil? Esse é apenas um dos pontos causados pelo aquecimento global. Os reflexos serão inúmeros para a sociedade e o meio ambiente.
Possíveis consequências do aquecimento global
Essa lista é um conglomerado de tópicos organizados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e vários grupos de cientistas:
- Ecossistemas à beira de um colapso: estamos falando em incêndios florestais e degradação até mesmo da vida no mar.
- As mudanças climáticas aquecem a temperatura dos oceanos, o que vai prejudicar os recifes de corais. Sem eles, milhões de criaturas perdem seus habitats.
- A extinção de espécies: seguindo o exemplo dos corais, muitos peixes podem morrer ou migrar – também por causa das águas quentes.
- Sem peixes, as espécies que se alimentam deles morrem de fome.
- A temperatura maior vai derreter as geleiras no Ártico e na Antártida.
- Em décadas, estamos falando na elevação de metros do nível do mar. Isso pode fazer com cidades litorâneas e ilhas desapareçam do mapa.
- O pequeno arquipélago de Tuvalu, um país da Oceania, já está se preparando para isso, por exemplo.
- Em regiões continentais, ondas de calor podem ser de duas a três vezes maiores do que enfrentamos hoje.
- A frequência de ciclones tropicais deve aumentar consideravelmente.
- O aquecimento global a 1,5 ou 2ºC deve aumentar a probabilidade de ocorrência de secas extremas, assim como falta de chuvas e riscos associados à falta de água.
As informações são do ScienceAlert.
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