Cientistas da Virginia Tech criaram um método que consegue extrair energia sustentável de restos de comida que você joga no lixo. A ideia é criar um novo método energético justamente em um período onde vários países do mundo pedem pela ampliação na demanda de energia renovável – um dos fatores de maior preservação do meio ambiente na atualidade.
A pesquisa é financiada por uma bolsa avaliada em US$ 450 mil (R$ 2,39 bilhões), concedida pelo Departamento de Tecnologia e Ciência da Alimentação, ligado à Faculdade de Agricultura e Ciências da Vida nos Estados Unidos. Os estudos de desenvolvimento devem durar até o ano de 2023.
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“Essa pesquisa pode ser a peça que faltava no quebra cabeças para o desenvolvimento de energia sustentável em baterias recarregáveis”, disso Haibo Huang, co-autor do estudo e professor do departamento. “A demanda por baterias reutilizáveis tem subido vertiginosamente e nós precisamos encontrar uma forma de reduzir o impacto ambiental delas”.
O estudo traz uma abordagem diferente, identificando um componente fibroso nas comidas desperdiçadas que se provou vital para ser usado como um ânodo – nome dado ao lado negativo de uma bateria:
“Esse processo de usar material agrícola carbônico desperdiçado para hospedar metais alcalinos, como lítio e sódio, é o que trará enormes avanços ao processamento do lixo e tecnologia de bateria”, disse Feng Lin, professor associado de Química na Virginia Tech, e principal cientista do projeto.
A ideia veio aos dois especialistas durante uma partida amistosa de basquete: “Nós pensamos sobre o porquê de não convertermos em energia a comida que jogamos no lixo, criando materiais de bateria considerando o quanto de lixo é produzido no mundo todo”, disse Huang. “A maioria destes desperdícios são colocados em caminhões de lixo e enviados para aterros. Nós só precisaríamos resolver a parte da bateria”.
A partir daí, foi apenas a questão de escolher os melhores ingredientes, com maior influência na bateria. Para isso, Huang alterou a composição das comidas, removendo proteínas, lipídios e minerais, avaliando como isso impactava na performance energética.
Com isso, eles descobriram que, após a remoção de alguns nutrientes, os componentes essenciais – como celulose e lignina – poderiam funcionar de forma satisfatória se passassem por um tratamento térmico.
Agora, os pesquisadores continuarão testando o “lixo que virou carbono”, com o auxílio de ferramentas de laboratório que, se tudo der certo, devem aprimorar ainda mais a capacidade energética do projeto. Passando desta fase, será a hora de analisar a viabilidade econômica de implementação desse processo em grande escala.
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