Cidade Universitária terá releitura em mosaico de obra famosa de Portinari

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A partir de outubro de 2020, quem passar pela Cidade Universitária, no Butantã, na Zona Sul da capital, poderá contemplar o trabalho de Candido Portinari, um dos principais artistas plásticos brasileiros.

Liderado por dois portugueses, o escritório de arquitetura paulistano Oficina de Mosaicos criará uma releitura da obra Guerra e Paz em forma de mosaico para ficar exposta permanentemente na USP. O objetivo da iniciativa é valorizar a cultura brasileira levando arte a espaços públicos.

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Isabel Ruas e Gonçalo Ruas são sócios do escritório responsável pelo projetoVeja SP

“É algo muito importante para a cultura do país. Tem que ter caráter educativo. Gostaríamos que os painéis fossem muito visitados pelas escolas, pelas crianças”, afirma a arquiteta Isabel Ruas Pereira Coelho, 65, uma das sócias do escritório. “Guerra e Paz representa a população brasileira.”

A versão original da obra – dois painéis de 14 metros de altura por 10 de comprimento – fica na sede da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos. A pintura foi criada a pedido do governo brasileiro, em 1952. Quando ficou pronta, em 1956, foi dada de presente para a ONU.

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Em um dos painéis, Portinari retrata um cenário de guerra. Essa parte de seu trabalho fica exposta na entrada do prédio da ONU. A outra, que retrata a paz, se encontra na saída do edifício.

A releitura que irá para a USP terá o mesmo tamanho e será construída com peças de cerâmica importadas da Itália. “O objetivo é que a linguagem do mosaico faça parecer uma novidade. Não é como uma cópia. A pincelada de Portinari não vai estar lá. Mas a representação da pincelada dele em mosaico terá sua forma própria”, disse Isabel.

“O interessante é manter o caráter permanente do trabalho, ao ar livre. Afinal, nem todo mundo tem a chance de ir até a sede da ONU. Aliás, Portinari mesmo não viu a obra exposta lá, depois que ficou pronta”, diz Gonçalo Nunes Barricalo Ruas, 33, sócio da Oficina de Mosaicos.

O escritório prevê gastos de 3 milhões de reais para realizar todo o trabalho. Esse projeto será executado via Lei Rouanet, por meio da qual a empresa envolvida na proposta recebe isenções fiscais em troca da iniciativa em questão. O projeto está em fase de captação de recursos. Até o momento, segundo o escritório, algumas instituições se comprometeram a investir, embora ainda não tenham revelado os valores. O processo de captação deve durar até setembro de 2019.

E não deve parar por aí. Isabel relatou que há uma segunda etapa do projeto em vista. O plano é criar um museu na USP em homenagem a Guerra e Paz. “Queremos montar um museu aberto a visitações guiadas, contando a história dessa obra tão importante. E expor nele todos os desenhos preparatórios da pintura. Isso daria muito valor a todo o trabalho”, afirma.

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Isabel e outros arquitetos trabalham na produção de mosaicos, na Vila MadalenaVeja SP

A Oficina de Mosaicos também já ajudou a restaurar um mosaico do artista Di Cavalcanti instalado no Teatro Cultura Artística, no centro. “Estamos negociando o restauro dos painéis de Tomie Otake no Metrô Consolação. Seria um projeto feito em parceria com o Instituto Tomie Otake, via lei de incentivo fiscal”, diz Ruas.



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