Cabul — O secretário interino de Defesa dos Estados Unidos, Patrick Shanahan, que está fazendo uma visita oficial pelo Afeganistão, afirmou nesta segunda-feira que não recebeu ordens para reduzir os efetivos enviados ao país, apesar de em dezembro do ano passado ter sido divulgada a possibilidade da retirada da metade dos 14 mil soldados.
Em plenas negociações de paz entre o governo do presidente Donald Trump e os talibãs, o secretário afirmou que “não há ordens para reduzir as tropas americanas no Afeganistão”, uma das exigências dos insurgentes, conforme disse à Agência Efe o porta-voz das Forças dos Estados Unidos no país, coronel Dave Butler.
Shanahan também afirmou que os afegãos devem controlar o seu próprio futuro e participar do diálogo de paz, um aspecto negado pelos talibãs até o momento, pois eles insistem em negociar somente com Washington e rejeitam conversar com o governo afegão, por considerarem ser “marionete” dos americanos.
O secretário, que assumiu o posto interinamente em janeiro, substituindo James Mattis, chegou esta manhã ao Afeganistão. A previsão é de que se reúna com importantes representantes do governo afegão e com os comandantes da missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no país, Resolute Support (Apoio Resoluto).
“As discussões estão centradas em preocupações de segurança nacional pertinentes ao Afeganistão”, concluiu Butler.
Nos últimos meses, talibãs e representantes dos Estados Unidos mantiveram contatos nos Emirados Árabes e no Catar.
Quanto à estratégia militar, o presidente americano anunciou recentemente de forma repentina um plano para retirar cerca de 7 mil militares do país. A maior parte faz parte do grupo de treinamento das tropas afegãs realizado pela Otan, que conta, além disso, com o apoio das tropas americanas que realizam de maneira independente a antiterrorista operação Freedom’s Sentinel (Sentinela da Liberdade).
O governo afegão controla, aproximadamente, 55% do território do país e os talibãs dominam em torno de 11%. O restante do território está em disputa, de acordo com dados do inspetor especial geral para a Reconstrução do Afeganistão (Sigar), do Congresso dos Estados Unidos.