Gerson e Paulo Henrique Ganso têm trajetórias parecidas no futebol. Os meias surgiram como promessas na base, se tornaram realidades no profissional e tentaram a sorte na Europa. Porém, o sucesso não não veio no Velho Continente e ambos escolheram retornar ao Brasil. Neste domingo, às 18h, os caminhos dos meias se encontram no Maracanã, onde defenderão Flamengo e Fluminense, respectivamente, no Campeonato Brasileiro.
Aos 22 anos, Gerson voltou ao país para buscar o sonho de defender a seleção brasileira — aliado a oportunidade de atuar no Flamengo, o seu clube do coração. Já o experiente Ganso, de 30, quis recuperar o protagonismo perdido nos últimos anos e o Fluminense acenou com a chance de torná-lo a referência da equipe.
Outra coincidência entre eles é a mudança de posicionamento dentro de campo. Ex-armadores avançados, o rubro-negro virou uma espécie de volante nas mãos de Jorge Jesus, enquanto o tricolor foi recuado à pedido do então técnico Fernando Diniz — padrão mantido pelo agora efetivado Marcão.
Mas em meio a tantas coincidências, a fase dos atletas destoa consideravelmente. Gerson ignorou os questionamentos sobre a nova função tática e virou a referência de organização e solidez defensiva no meio-campo rubro-negro. É verdade que não apresenta a mesma presença de área e a característica ousada de outrora. Talvez por isso tenha apenas um gol com a camisa do Flamengo em 21 jogos disputados.
— Fico feliz por apresentar um bom futebol. Estou contente pela confiança do Mister, de todo o elenco e tenho muito ainda a melhorar, mas sempre com os pés no chão — disse Gerson, que tem o controle de bola e os passes precisos como pontos fortes.
Evolução defensiva
Para provar a evolução na parte defensiva, os números mostram que o meio-campo, chamado de curinga, tem a melhor média de desarmes da equipe ao lado de Willian Arão no Brasileiro. Um meio-campo moderno e completo, que justifica o investimento de R$ 50 milhões do Flamengo para tê-lo em definitivo junto a Roma, da Itália.
Já Ganso foi contratado em janeiro deste ano sem custos, ao Amiens-FRA, mas com direito a festa em aeroporto, músicas comemorativas e muita empolgação. Porém, dez meses depois, ainda não caiu nas graças da torcida. Pelo contrário, o meia é um dos principais alvos de protestos e chegou a ser vaiado na rodada passada, quando o Fluminense foi derrotado pelo Athletico-PR.
Porém, o camisa 10 tem os números à seu favor para se defender as suas atuações: é o segundo atleta com mais desarmes do elenco nesta temporada (50) e o terceiro com mais finalizações no Brasileiro (32), segundo o ‘Footstats’. Pode faltar brilho, mas não tem faltado vontade.
— Quem está aqui vai ser cobrado e tem que estar preparado. O Paulo [Henrique Ganso], pela experiência, consegue assimilar isso. Mas vamos dar respaldo para que ele possa render como está acostumado — disse o técnico do Fluminense.
Com Ganso de titular, o aproveitamento da equipe é de 42,6%. Sem ele, cai para 38,7%. Diante do líder do Campeonato Brasileiro, a expectativa para que o camisa 10, enfim, faça valer a badalação em cima do seu nome se faz necessária. O Fluminense está em 14º lugar com 29 pontos, três a mais que o CSA, o primeiro da zona de rebaixamento. Situação não é confortável. Já o Flamengo navega em um mar de tranquilidade na liderança. São oito pontos para o segundo colocado, o Palmeiras, a 12 rodadas do fim da competição.
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