Cartas revelam intimidade de Oswaldo Cruz em mostra nos Correios

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Oswaldo Cruz foi pego no flagra. Em carta de 13 de abril de 1891, o então estudante de Medicina escreveu à jovem noiva: “Minha Miloca, a epidemia de varíola quase que já desapareceu; por isto ainda não me vacinei, porém se quiseres que o faça é só mandar dizer”. Emília da Fonseca, a Miloca, se tornou sua mulher, mãe de seus cinco filhos, e Oswaldo Cruz marcou a história pelo combate às epidemias que assolaram o país no início do século XX, promovendo, sobretudo, a vacinação. O trecho da carta está entre cerca de 100 itens da correspondência do médico sanitarista expostos, junto a vídeos, na mostra “Do teu saudoso Oswaldo”, em cartaz no Centro Cultural Correios, no Centro.

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Cientista e viajante atento, Oswaldo Cruz fazia questão de se comunicar com a família, quando longe, descrevendo com perícia, por vezes maravilhado, os avanços das cidades pelas quais passava.

— Quando ele vai para Nova York, por exemplo, conta fascinado como era o metrô, os hábitos, os prédios com elevadores. Ele era um homem que viajava para o sertão do Brasil, que via lugares com muita pobreza e pouca ação do estado. Nessas grandes cidades, ele visitava universidades, centros de pesquisa, observava como os lugares eram limpos, descrevia minuciosamente — comenta Ana Luce Girão, historiadora e uma das curadoras da exposição.

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Há cartas para o filho pequeno, Oswaldinho, nas quais o cientista escrevia com letra de forma, de modo a torná-las mais legíveis. E assinava “Oswaldão”. Datado de 14 de dezembro de 1907, um cartão traz a saudação: “Minha adorada Miloquinha, eis-me aqui no começo da volta (…)”. Foi escrito à bordo do RMS Lusitania, navio que seria torpedeado pelos alemães sete anos anos mais tarde, em decorrência da Primeira Guerra Mundial. Também são mostradas cartas de Emília para o marido.

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Cartão de 1907 escrito à bordo do Lusitania, navio que seria torpedeado por alemães anos mais tarde Foto: Jeferson Mendonça / Divulgação

— Pelo que ele fala, supomos que ela era ativa e tinha autonomia. Ela era culta, escrevia bem. Ele se abria com ela, pedia conselhos — conta a historiadora.

Dirigidos por Sura Berditchevsky, os atores Bruno Quixotte, João Velho e Rafael Mannheimer interpretam algumas das cartas em vídeos que completam a exposição.

Centro Cultural Correios:
Rua Visconde de Itaboraí 20, Centro – 2253-1580. Ter a dom, do meio-dia às 19h. Grátis.





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