Segundo o relatório da Bloomberg New Energy Finance, em todo mundo, os carros elétricos devem passar de 2 milhões para 56 milhões de unidades até 2040, e serão mais da metade da frota de veículos no mundo. No Brasil, enquanto as grandes montadoras ainda testam modelos importados, uma startup já está pronta para começar a produzir veículos elétricos em solo tupiniquim. A ideia veio em 2018 e surgiu pensando no público jovem.
O triciclo tem carga para andar até 8 horas com uma autonomia de 200 quilômetros. Ele também vem com chip de internet integrado e chave digital acionada pelo smartphone.
A marca quer encontrar clientes entre as empresas de compartilhamento e que possam prestar serviços de entregas em pequenas cidades onde, por exemplo, a Uber e Cabify não chegam. A startup está avaliada em 10 milhões de reais e o veículo vai custar em torno de 80 mil reais. Já existe uma fila de espera para adquirir o triciclo elétrico: mais de 100 pessoas pagaram 300 reais para ter preferência na lista de pré-venda. O veículo começa a ser entregue no final do ano e a sua produção é feita em Manaus.
Pois é… o mercado dos elétricos começa a engatinhar no Brasil. Do lado das montadoras tradicionais, já há algumas poucas opções por aqui. Um dos primeiros a chegar ao país foi o i3 da BMW. Desde 2014, o carro 100% elétrico da marca chama atenção. Ele está na sua terceira versão e agora leva uma bateria de 120 miliampère hora.
Esse carro elétrico vai de 0 a 100 em 7 segundos e consegue rodar cerca de 320 quilômetros com uma carga de bateria. A exemplo de outros elétricos, ele vem com um regenerador de energia que, quando você tira o pé do acelerador, faz com que o carro passe a recarregar a bateria. Agora, como sempre, um dos aspectos que mais chamam a atenção em qualquer carro elétrico é o silêncio…
Já que estamos falando de um veículo que não emite poluentes, a preocupação ambiental foi levada também para outros itens: 95% dos materiais do carro podem ser reciclados posteriormente. Todas as peças plásticas contêm uma fibra chamada Kenji. Graças a seu uso, foi possível reduzir a quantidade de derivados de petróleo no carro. O painel, por exemplo, é feito de madeira de Eucalipto de reflorestamento e o banco de couro é tingido com um extrato de oliveira. Os tecidos possuem 30% de garrafa pet reciclada.
Uma das dúvidas que sempre restam é quanto ao abastecimento – especialmente na estrada. Mas, nesse quesito, há bons avanços no país. Nós já mostramos aqui no Olhar Digital o corredor de postos elétricos instalados ao longo da Via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro. Além desses, já existem centenas de outros pontos de abastecimento espalhados pelo país. Em postos assim, esse carro precisa de 40 minutos para uma carga completa. Agora, você pode usar uma tomada convencional para isso. Aí, o tempo sobe. Nessa versão 2019, o carro leva cerca de 4 horas e 20 minutos para uma carga completa.
Agora, um dos maiores obstáculos para os elétricos no Brasil continua a ser o preço. Se os carros convencionais já custam os olhos da cara por aqui, os elétricos são ainda mais caros. Esse tem preço inicial de de 205 mil reais – cá entre nós, um dinheirão para qualquer carro – especialmente para um veículo de pequeno porte, como esse…
Pelo menos há esperança nessa seara. Os preços podem começar a cair lá pela metade de 2020. Acontece que é esperado um aumento na capacidade de produção mundial de baterias até lá. Resta saber se os impostos brasileiros vão permitir que essa redução chegue por aqui. O ar das cidades e o desenvolvimento tecnológico do país certamente agradeceriam.
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