Carne realmente faz mal à saúde, afirma estudo

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A carne é um dos itens mais consumidos no mundo. Com o surgimento de alternativas, como a carne cultivada em laboratório ou à base de plantas, ganhando espaço, muitos se perguntam sobre os malefícios que a carne vermelha pode trazer. Estudos recentes mostram que a carne pode sim estar ligada a algumas doenças se consumida em certas quantidades.

Um estudo, publicado na segunda-feira (3), na revista médica Jama Internal Medicine vincula duas porções de carne vermelha ou aves por semana a taxas mais altas de doenças cardíacas e morte prematura. O único tipo de alimento que não foi associado a doenças cardiovasculares ou morte foi o peixe.

Pessoas que ingeriram duas porções de carne vermelha processada, como salsicha ou bacon, por semana, tinham 7% a mais de chance de desenvolver doenças cardíacas. A carne vermelha não processada estava ligada a 3% da possibilidade de doenças e as aves foram associadas a 4%. Esses efeitos podem parecer pequenos, mas vale lembrar que a pesquisa foi feita com pessoas que consomem carne apenas duas vezes por semana.

Para Victor Wenze Zhong, principal autor do artigo e epidemiologista nutricional da Universidade de Cornell, não há uma maneira segura de consumir carne.

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“O aumento do risco associado à ingestão desses alimentos de origem animal, principalmente carne processada e não processada, é pequeno, mas importante”, declarou Zhong em entrevista ao site Inverse. “Nosso estudo não encontrou uma quantidade segura para o consumo de carne vermelha. Apenas o consumo zero foi associado a nenhum risco aumentado de doença cardíaca e morte prematura”, completou.

Como o estudo foi feito

As pesquisas foram feitas com base em informações coletadas de pouco mais de 29 mil pessoas, reunidas em ocasiões de pesquisa anteriores realizadas entre 1985 e 2002. Para se ter uma noção da quantidade de carne ingerida por essas pessoas, considere que uma porção foi definida como algo em torno do tamanho de um baralho de cartas.

Em seguida, a equipe acompanhou os participantes durante alguns anos para ver como a saúde havia melhorado desde então. Duas porções de carne vermelha ou de aves por semana estavam ligadas ao risco de morte prematura e doenças cardíacas, independentemente de como fosse processada.

Mas, assim como outras pesquisas, este estudo só pode apontar que há uma ligação entre carne vermelha e a morte prematura. Ele não prova que a carne causa alguma dessas consequências negativas.

Felizmente, reduzir o consumo é uma das mudanças comportamentais mais fáceis de se realizar, em termos de saúde. Para aqueles que lutam para a mudança, as soluções estão se popularizando, como proteínas que imitam carne, mas que são totalmente feitas à base de plantas.

Zhong diz que o comportamento alimentar é modificável. Ele argumenta que diminuir o consumo de carne pode ser uma importante estratégia alimentar que pode mitigar a probabilidade de sofrer com doenças cardiovasculares e mortes prematuras.

Via: Inverse



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