Cantora acusa babalorixá de estupro

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A cantora e compositora Karina Buhr acusou de estupro o babalorixá Dito de Oxóssi, de Pernambuco, que morreu no último dia 15 de dezembro. Conforme ela relata, a violência aconteceu há duas décadas. “Esse é um relato de estupro. Aconteceu há 20 anos. Não consigo mais guardar, não é um segredo meu, a violência contra mulheres é um problema d todos nós! Não deixarei pro ano que vem, desculpa atrapalhar o clima de natal da sociedade pernambucana”, escreveu.

Ele está sendo homenageado como grande representante e guardião da cultura pernambucana (cada reverência que vejo é uma facada que sinto dentro) e isso precisa ser questionado. Babalorixá cuida, quem pratica extorsão, coação e estupros não está zelando por orixá algum, por pessoa alguma. Há um ano decidi que finalmente denunciaria Dito de Oxóssi (Expedito Paula Neves), babalorixá pernambucano, chefe do afoxé Ylê de Egbá, por estupros. Houve outros crimes, mas o único que ainda seria possível denunciar, por conta do tempo, era esse. Na sede do MP-PE de Olinda prestei depoimento para a promotora Henriqueta de Belli, que me ouviu falar por quase 3 horas, sem intervalo. Depois ela me enviou um termo de declaração pra que eu assinasse, pra dar entrada no processo, mas acabei nunca fazendo isso, por conta do estado em que minha mãe ficou, com medo dele, do que ele pudesse fazer”, conta em seu texto.

“Por que não denunciou quando estava vivo? Por medo de morrer, medo de machucar minha mãe. Certamente ouvirei ‘mas ele morto não pode se defender’, ao que respondo: quem não pôde se defender fui eu! Certamente ouvirei que não estou respeitando a família num momento de dor. Respeito sim. Respeito a dor de cada um deles e de todos que consideravam Dito como pai. E peço que também respeitem a minha dor, que já dura mais de 20 anos. Ele, como babalorixá, me chamava de filha e usou sua força e autoridade dentro desse contexto pra escravizar minha mente e meu corpo”, afirma a cantora, que também relata extorsão por parte do religioso que, segundo ela, a obrigava a reunir e a entregá-lo quantias de dinheiro pré-estipuladas.

“Com muita dor, culpa e alívio, vamos à narração dos estupros físicos”, diz Karina.

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“Estupro 1:

Dito ligava pra mim com frequência, pra eu ir lá com urgência porque Malandrinho queria falar comigo. Eu ia e aí acontecia uma conversa com a entidade (lembrando, de novo, que eu tinha absoluta certeza de que era a entidade), conselhos, tudo como uma sessão normal com um médium incorporado.

Mas um dia toca meu telefone e é Malandrinho dizendo que está embaixo do prédio e quer subir. Achei muito estranho mas eu confiava em qualquer coisa vinda dessa entidade e também de Dito e concordei que subisse.

Hoje pra mim é tão difícil admitir que uma entidade faria isso como admitir que não era uma entidade e sim ele mesmo, repare como a mente fica depois de um estrago desses. Nesse dia eu estava triste e nervosa com umas situações pessoais e sem fazer nenhuma conexão entre esse meu estado depressivo e aquela convivência doentia. Pra mim eram meus problemas na banda, desentendimentos com meu pai. Eu me sentia culpada por tudo, inclusive pela minha tristeza.

Ele me levou pro quarto, me mandou ajoelhar no chão e agiu como se fosse começar uma daquelas sessões de conselho. Achei estranho o pedido pra ajoelhar mas fiz. Ele então abriu o cinto, abriu a calça e botou o pênis na minha boca. Eu fiquei aturdida, paralisada de medo, de culpa, de vergonha, embora eu estivesse sendo vítima de algo que nem sabia ainda o que era. Não entendi nada, estava tudo errado de novo e de novo eu não ia conseguir reagir, aos prantos, desesperada. Eu estava totalmente dominada por essa situação e me sentia sem domínio sobre minha mente nem meu corpo. Era uma entidade com a qual eu convivia há um tempo e tinha devoção.

Tirei minha boca e ele disse que dessa forma eu não ia conseguir nada na vida, que eu conseguir fazer aquilo seria a prova de que eu era forte, que o pênis dele ficar duro era um sinal da minha força, que aquilo não era errado, as pessoas que viam dessa forma, que aquilo era a energia dele vindo pra mim, que a energia passava dessa forma (sei que é totalmente absurdo mas no estado de hipnose em que eu estava eu não conseguia reagir).

Não queria contar isso, é terrível lembrar, queria esquecer, mas é algo que não se apaga. Senti muita culpa durante e depois.

Ele me botou de quatro, eu sem reação, e seguiu o estupro, dessa vez com penetração. Foi pouco tempo no relógio mas uma eternidade pra mim. Ele tirou, fechou a calça e o cinto e logo começou a agir como se a entidade tivesse ido embora, como se nada tivesse acontecido e como se não entendesse como tinha ido parar ali.

Eu completamente transtornada e esse homem agindo com uma naturalidade e uma frieza impressionantes. Fiquei em casa chorando muito, me sentindo culpada e ainda com um medo imenso de ter engravidado ou pegado alguma doença e me sentindo culpada de novo por pensar e sentir tudo isso. Isso aconteceu em 2000 ou 2001.

Estupro 2:

Eu estava na casa dele quando ele “incorporou Malandrinho”, me disse pra entrar no carro e pegou o caminho pra casa da minha mãe, pra eu pegar algum dinheiro de novo. Não tinha ninguém em casa. Ele me mandou ficar num canto da sala e começou a fazer perguntas sobre meus problemas pessoais, falando que sabia que estavam se resolvendo mas ainda faltava muito. Enquanto falava e dava conselhos, abriu a calça. Me encostou na mesa e me estuprou com penetração de novo, eu de novo chorando, na sala da minha mãe, com todo medo, culpa e tristeza aumentados por conta disso.

Logo depois que ele enfiou consegui reagir, empurrei ele (e fiquei com um peso estranho demais, achando que fiz algo muito errado e que seria punida) e ele tirou de dentro. Poucos minutos depois alguém entrou em casa. Minha vontade era de me matar. Saí de casa olhando pro chão e com uma culpa indescritível.

Ainda voltei pro Alto no carro dele, com ele, pra casa dele e tive que aguentar piadas e risadinhas dele sobre meu irmão ter chegado, risadinhas daquele que eu ali tinha plena certeza de que era uma entidade. Quando chegou na casa dele ele de novo fingiu que a entidade tinha ido embora e agiu como se nada tivesse acontecido. Isso foi em 2001.

Estupro 3:

Dessa vez foi no carro dele, “Malandrinho” botando o pênis pra fora enquanto dirigia o carro, puxando minha cabeça e enfiando na minha boca pra que eu repetisse tudo aquilo e falando que eu tinha me tornado mais forte, que minha mente estava tranquila. Eu estava destruída por dentro. Isso não lembro quando foi, só que foi depois das outras duas vezes.

Leia o relato completo aqui.

 



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