Brasil avalia rotas alternativas para evitar de apreensões de equipamentos

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O governo brasileiro estuda pelo menos duas rotas alternativas para trazer equipamentos médicos
comprados da China para o país sem correr o risco de ter os produtos apreendidos por países europeus ou pelos Estados Unidos. A reportagem apurou que as rotas orçadas até o momento pelo governo passam pela Nova Zelândia e pelo Oriente Médio. O primeiro teste é uma carga de 240 milhões de equipamentos de proteção individual que o governo brasileiro comprou de fornecedores chineses.

Segundo fontes, o governo federal fez dois orçamentos com companhias privadas de transporte aéreo de cargas prevendo o transporte de material da China para o Brasil. As duas rotas estudadas usam a Nova Zelândia e países do Oriente Médio como ponto de parada para reabastecimento.

Na semana passada, o Ministério da Infraestrutura informou que os aviões que trarão os equipamentos comprados na China para o Brasil deverão ter o status de “voos de estado”, com prerrogativas de prioridade de pouso e decolagem nos aeroportos por onde passarem.

Neste momento, segundo informações, a utilização de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para o transporte de equipamentos da China para o Brasil está descartada, entre outros fatores, por conta da autonomia de voo da maioria das aeronaves militares da FAB, que não seria a ideal para esse tipo de viagem. O plano inicial é que a FAB seja utilizada para fazer o escoamento desses produtos dentro do Brasil.

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No sábado, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, foi questionado sobre as rotas estudadas pelo governo federal, mas ele se negou a descrevê-las. Ele disse apenas que o assunto vem sendo tratado de forma conjunta entre os ministérios da Saúde, Infraestrutura e Relações Exteriores e que não falaria sobre as rotas a título de “reserva da informação”.

A busca por rotas alternativas que evitem o tráfego pelo espaço aéreo europeu e norte-americano se tornou mais intensa após a retenção de 600 respiradores que haviam sido comprados por um consórcio de estados do Nordeste em Miami. A compra, segundo o consórcio, foi cancelada pelo fornecedor de forma unilateral e os equipamentos ficaram retidos no aeroporto da cidade norte-americana.

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, no entanto, negou que o governo americano tenha tido alguma influência no episódio.

Na comunidade internacional, porém, os Estados Unidos vêm sendo acusados de “pirataria moderna” e desvio de equipamentos que iriam para Alemanha e França. As acusações indicam que os Estados Unidos estariam interferindo nas compras feitas por outros países ao pagar preços superiores ao contratados originalmente para obter os insumos.

Além disso, também há relatos de que, dentro da União Europeia, países estariam confiscando produtos que seriam destinados a outros membros do grupo.

Em relação aos equipamentos comprados pelo Ministério da Saúde do Brasil, o plano é que os produtos cheguem ao país nos próximos 15 dias.



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