Brasil aceitará dinheiro chinês, diz Guedes nos EUA

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Washington — Nos Estados Unidos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez uma provocação aos americanos sobre a relação do Brasil com a China. Ao dizer que o país está aberto a investimentos, Guedes foi claro ao sinalizar que o país continuará a fazer negócio com os chineses. “Nós vemos vocês fazendo negócios com chineses há anos. Por que nós não podemos? Por que não podemos deixar eles investirem em infraestrutura?”, questionou o ministro da Economia.

De forma humorada, ele mostrou que o país está aberto a quem quiser investir em infraestrutura. “Temos um presidente que adora a América. Eu também. Adoro Coca-Cola e Disneylândia. É uma grande oportunidade para investir no Brasil. Eu os convido para essa nova parceria”, disse. “Os chineses querem dançar conosco e querem investir lá. Disse ao presidente: amamos os Estados Unidos, mas vamos fazer comércio com quem for mais lucrativo”, ressaltou.

Os EUA contam com o Brasil para diminuir a influência da China na América Latina. Guedes foi direto, em discurso a empresários na Câmara de Comércio Americana, ao dizer que o país precisa conseguir investimentos em infraestrutura para reduzir o custo Brasil, os tributos e abrir a economia.

Acordos

Nesta terça-feira, 19, os presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro vão se encontrar na Casa Branca. No comunicado que farão à imprensa, devem afirmar que os dois países querem caminhar para um livre-comércio. No médio prazo, no entanto, isso significa trabalhar por acordos de convergência regulatória e facilitação de comércio e investimentos. Algumas questões práticas da pauta agropecuária não devem ser resolvidas, como a reabertura do mercado americano para compra de carne in natura brasileira. Na outra ponta, os EUA pressionam pela abertura do mercado brasileiro para importação de carne de porco dos americanos.

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“Se os EUA querem vender carne de porco para nós, então comprem nossa carne (bovina). Querem vender etanol? Ok, comprem nosso açúcar”, apontou o ministro. “O mais importante é que sejamos parceiros comerciais estratégicos para o futuro.”

O ministro teve uma reunião com o secretário do Comércio dos EUA, Wilbur Ross, na qual ressaltou ser importante que as grandes corporações dos dois países ampliem o diálogo. “Vamos pegar as 50 maiores empresas dos EUA e do Brasil para conversar”, apontou.

Ao mesmo tempo, o ministro da Economia fez um apelo para que os EUA ajudem o Brasil na candidatura do país à OCDE. A entrada na organização, considerada um clube dos países ricos, é vista por Guedes como um selo de confiança internacional. “Por favor, nos ajudem a entrar na OCDE.”

Gasto público

Aos empresários, ele defendeu o governo Bolsonaro, disse que o país é uma democracia muito estável e que o presidente tinha “colhões” para controlar o gasto público. “Ninguém tinha colhões para fazer o controle do gasto público. Agora, temos alguém que tem colhões”, afirmou.

“Em 60 dias, o presidente enviou ao Congresso duas reformas muito importantes”, disse, citando o pacote anticrime, de Sérgio Moro, como a segunda reforma importante. Sobre a reforma da Previdência, Guedes insistiu que “nenhum brasileiro será deixado para trás”, mas que a seguridade social não será uma “fábrica de privilégios”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



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