SANTIAGO — Alvo de diversas críticas por suas polêmicas declarações e posições políticas, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, chegou nesta quinta-feira a Santiago, no Chile, tentando evitar polêmicas. Ao aterrissar, Bolsonaro garantiu que “não iria falar de (Augusto) Pinochet” e afirmou não ter inimizades no país. O presidente chileno, Sebastián Piñera, oferecerá um almoço a Bolsonaro no Palácio de La Moneda e chamou as principais autoridades políticas do Chile, mas algumas delas, como os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, recusaram o convite.
Também estão previstas manifestações contra ele e um projeto de resolução para declará-lo “persona non grata”.
Nesta quinta-feira, o ex-presidente socialista Ricardo Lagos, que governou o Chile de 2000 a 20006, confirmou que também não participará do encontro com Bolsonaro, a quem criticou por ter
um discurso “que não combina com um democrata”
.
— Li uma vez que ele disse que foi um erro ter torturado comunistas e não tê-los matado — disse mais cedo Lagos, que foi um dos principais opositores ao ditador Augusto Pinochet dentro do Chile. — A defesa que faz de (Augusto) Pinochet… é difícil entender como uma pessoa que foi membro do Parlamento durante tantos anos pode dizer essas coisas. Ainda precisamos ver o que fará como presidente.