Bolsonaro ataca Bachelet e seu pai, torturado pela ditadura no Chile

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São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (04) que a a alta comissária de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, se intromete na soberania e nos assuntos internos do Brasil.

A reação vem após a ex-presidente do Chile apontar um aumento da violência policial e uma redução do “espaço cívico e democrático” no país em resposta a um jornalista brasileiro durante entrevista coletiva em Genebra.

Bachelet apontou um aumento expressivo no número de mortes cometidas pela polícia no Rio de Janeiro e em São Paulo, o que é comprovado por números oficiais dos próprios estados, e destacou que eles ocorrem principalmente contra negros e moradores de favelas.

“Temos visto um aumento marcado na violência policial em 2019 em meio a um discurso público que legitima execuções sumárias e a uma ausência de responsabilização. Também estamos preocupados com algumas medidas recentes como a desregulamentação das regras de armas de fogo, e propostas de reformas para reforçar o encarceramento e levando à superlotação de prisões, aumentando ainda mais as preocupações de segurança pública”, disse.

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“Obviamente, também é importante para nós quando ouvimos negações de crimes passados do Estado que se exemplificam com celebrações propostas do golpe militar, combinadas com um processo de transição jurídica que pode resultar em impunidade e reforçar a mensagem de que os agentes do Estado estão acima da lei e estão, na prática, autorizados a matar sem serem responsabilizados.”

Segundo Bolsonaro, Bachelet segue a mesma linha do presidente da França, Emmanuel Macron, com quem o líder brasileiro travou um embate sobre questões ambientais em decorrência de críticas do mandatário francês sobre o aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia.

“Michelle Bachelet, comissária dos Direitos Humanos da ONU, seguindo a linha do Macron em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares”, escreveu Bolsonaro em publicação nas redes sociais.

“Diz ainda que o Brasil perde espaço democrático, mas se esquece que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época”, acrescentou Bolsonaro.

Foi uma referência ao ano de início da ditadura militar chilena de Augusto Pinochet que governou o país com mão de ferro até 1990.

Alberto Bachelet foi um brigadeiro-general chileno da Força Aérea do Chile que se opôs ao golpe, foi preso e submetido a tortura por vários meses até sua morte, em 1974.

Na manhã desta quarta-feira, ao sair do Palácio da Alvorada para cumprir uma agenda em Anápolis (GO), Bolsonaro disse que Bachelet “defende direitos humanos de vagabundos” e se dirigiu a ela:

“Senhora Michelle Bachelet, se não fosse o pessoal do Pinochet derrotar a esquerda em 1973, entre eles o teu pai, hoje o Chile seria uma Cuba. Eu acho que não preciso falar mais nada para ela. Quando tem gente que não tem o que fazer, vai lá para a cadeira de Direitos Humanos da ONU”.

“A única coisa que tenho em comum com ela é a esposa que tem o mesmo nome. Fora isso, fora isso, meus pêsames a Michelle Bachelet”, disse o presidente, que tem um longo histórico de defesa da ditadura e da tortura ao longo da sua carreira política.

Em julho, Bolsonaro atacou o pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, morto pela ditadura militar brasileira.

As críticas a Bachelet foram replicadas por Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do presidente, indicado para a embaixada brasileira em Washington DC, considerado o principal posto da diplomacia brasileira.

Bachelet foi presidente do Chile em duas oportunidades, de 2014 a 2018 e de 2006 a 2010. Ela assumiu o posto de alta comissária da ONU para os Direitos Humanos em setembro do ano passado.

Bolsonaro não é o primeiro líder latino-americano que a ataca recentemente. Em junho, a alta comissária foi para a Venezuela e denunciou violações de direitos humanos, incluindo torturas e esquadrões da morte.

O relatório foi atacado pelo presidente Nicolas Maduro, que o considerou “profundamente lesivo à dignidade do povo venezuelano” e “cheio de falsas afirmações, tergiversações e manipulações no uso de dados e fontes”.





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