Brasília — O presidente Jair Bolsonaro passou parte da sua tarde de quinta-feira assistindo, pela tevê, o pronunciamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e comemorou o resultado da votação no Congresso norte-americano que o absolveu no processo de impeachment.
“Eu estou feliz com o fim do processo de impeachment do Donald Trump, um processo político, e vamos respeitar o Legislativo. É ano de eleições (nos Estados Unidos), vai facilitar com toda certeza a reeleição do Donald Trump. Nem preciso dizer que torço por ele, não tenho problema nenhum em dizer que torço por ele. Acho que ajuda o Brasil a ir bem também”, disse Bolsonaro.
A avaliação do presidente, que ficou pouco mais de uma hora em live, assistindo o pronunciamento e com um tradutor lhe narrando a fala de Trump em tempo real, é que os Estados Unidos indo bem, é bom para o Brasil.
“Quando atrapalha os EUA, atrapalha nós aqui também”, disse. “Ninguém fique pensando que eu estou aqui bajulando o Trump. Os EUA indo bem, quanto menos problemas tivermos no mundo, mais fácil para nós tratarmos das nossas relações bilaterais.”
O presidente norte-americano foi absolvido na quarta-feira pelo Senado dos EUA, onde o Partido Republicano tem maioria, das acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso.
Desde que assumiu o governo, Bolsonaro tem se declarado um aliado incondicional do governo norte-americano, inclusive determinando a mudança de posições históricas brasileiras –como a votação a favor do embargo contra Cuba ou a facilitação da deportação de brasileiros que entram ilegalmente nos EUA.
Em troca, o Brasil recebeu pouco até agora, mas comemora o fato de Trump ter mudado de posição e tirada a prioridade de acesso da Argentina à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e passado a apoiar o Brasil.
“Demos um grande passo em direção a OCDE, que bota o Brasil no time principal, na primeiras divisão do comércio”, disse.
Durante o período em que ficou assistindo o pronunciamento de Trump, Bolsonaro fez questão de fazer paralelos entre seu mandato e o do presidente dos EUA. Afirmou que a situação complicada do norte-americano se devia a “um traíra republicano”.
“Não é privilégio nosso ter traíra, vocês sabem bem de quem eu estou falando. Nunca mais serão esquecidos, tenho certeza disso. Assim como os traíras aqui, que se elegeram depois deram as costas para mim e bandearam para um outro lado, que vocês bem sabem o que aconteceu”, disse, afirmando ainda que em um processo de impeachment esses “traíras” brasileiros votariam contra ele, mesmo tendo sido eleitos pela sua popularidade.
“Mas o interesse de uma parte do PSL falou mais alto, não da cabeça para cima, mas na região da cintura deles, falou mais alto para poder ficar com o partido, com o fundão bilionário, e esquecer de você que votou nele por causa das bandeiras que eu tinha.”, afirmou.
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