Base com dados de oito milhões de brasileiros está à venda por R$ 1.730

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Uma base de dados contendo informações de cerca de oito milhões de brasileiros foi posta à venda por um hacker, que cobrou o valor de US$ 320 (R$ 1.730 na conversão direta). Os dados incluem números de telefone, endereços residenciais e de trabalho, além de informações do perfil das vítimas no Facebook, com direito a fotos de perfil, além de outras informações que comprometem a segurança das vítimas.

A empresa de tecnologia HarpiaTech confirmou, por meio de comunicado divulgado à imprensa, que as informações da base de dados são autênticas e têm sua origem em um vazamento global sofrido pelo Facebook entre 2018 e 2019 – que, mundialmente, afetou cerca de 990 milhões de perfis.

“A partir de uma amostra de 50 perfis, comparamos as fotos do Facebook com as fotos do WhatsApp do número de telefone dado e constatamos que eram da mesma pessoa”, afirmou Filipe Soares, sócio da HarpiaTech.

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Hackers podem usar as informações vazadas para executarem vários tipos de fraudes em nome das vítimas. Imagem: Preechar Bowonkitwanchai/Shutterstock

A oferta de venda da base de dados foi feita em um fórum online e, segundo Soares, estipulou o valor de US$ 40 (R$ 216,32) por cada milhão de usuários. O valor deveria ser pago em bitcoins e o hacker, que se comunicava fluentemente em inglês, tinha uma foto de Mark Zuckerberg, CEO e cofundador do Facebook, em seu perfil.

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Sediada no Distrito Federal, a HarpiaTech disse que vai encaminhar um relatório técnico completo à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) para avaliação.

Cruzamento de base de dados facilita fraudes

Um dos grandes problemas dessa exposição da base de dados – além de ela própria estar ao alcance de qualquer pessoa – é o possível cruzamento com informações obtidas em vazamentos anteriores, como o megavazamento ocorrido em janeiro de 2021, que afetou cerca de 220 milhões de brasileiros.

Para Soares, que foi agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) antes de atuar na HarpiaTech, um hacker que tiver acesso a ambas as bases vazadas consegue cruzar informações e, consequentemente, facilitar a ocorrência de fraudes.

“Se alguém correlacionar as informações de um perfil do Facebook com os dados vazados no megavazamento de janeiro, como CPF e endereço, um criminoso poderia abrir uma conta em um banco digital que pede uma selfie para validar a abertura da conta, por exemplo”, disse Soares.

Outras fraudes possíveis incluem o saque do auxílio emergencial ou FGTS da pessoa, ou então esquemas de phishing e outras invasões cibernéticas.

Por isso, é recomendado o emprego de diversas medidas de segurança para proteção de identidade e bens, como a ativação da autenticação em dois fatores (quando, além do usuário e senha, você também precisa informar um código numérico aleatório enviado por SMS ou aplicativo externo).

Além disso, o usuário pode fazer consultas periódicas à plataformas como o Registrato (que reúne informações de contas vinculadas ao seu CPF ou se há empréstimos e cartões de crédito retirados em seu nome), além do Have I Been Pwned?, que faz uma busca por e-mails vazados e permite avaliar a extensão do uso de um endereço eletrônico por outras pessoas. Também é recomendável sempre revisar as configurações de privacidade de perfis em redes sociais, se possível fechando-as para quem não faz parte da lista de contatos.

Finalmente, é importante manter atenção redobrada em abordagens que peçam que o usuário informe dados pessoais – estas, geralmente, vêm como ofertas de promoções “boas demais para serem verdade”.

Fonte: UOL

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