Um estudo divulgado na revista The Lancet Regional Health – Americas alerta para os riscos envolvendo bactérias resistentes. No total, 569 mil mortes foram associadas à resistência antimicrobiana bacteriana (RAM) em todos os 35 países da região das Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados levam em conta apenas o ano de 2019.
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Os resultados
- O estudo aponta que as mortes foram provocadas por infecções resistentes a medicamentos.
- As quatro síndromes infecciosas relacionadas à RAM que causaram mais óbitos na região foram: infecções respiratórias bacterianas (293 mil mortes); infecções da corrente sanguínea (266 mil mortes); infecções intra-abdominais (181 mil mortes) e infecções do trato urinário (80 mil mortes).
- Elas foram responsáveis por 89% dos óbitos devido à infecção bacteriana, destaca a Medical Xpress.
- Os seis patógenos mais letais foram Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Streptococcus pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii.
Mortalidade entre países
- Os cinco países com as maiores taxas de mortalidade associadas à RAM foram Haiti, Bolívia, Guatemala, Guiana e Honduras.
- Os países com as menores taxas de mortalidade foram Canadá, EUA, Colômbia, Cuba, Panamá, Costa Rica, Chile, Venezuela, Uruguai e Jamaica.
- As estimativas mostraram altas taxas de óbito entre recém-nascidos, seguidas de taxas próximas de zero em menores de 5 anos.
- A mortalidade subiu lentamente até cerca dos 65 anos, quando as taxas aumentaram drasticamente.
- As maiores taxas de mortalidade entre recém-nascidos foram em Dominica, República Dominicana, Guiana, Haiti, Jamaica, Suriname e Venezuela.
- Antígua e Barbuda, Argentina, Canadá, Chile e Costa Rica apresentaram as menores taxas de mortalidade por RAM entre recém-nascidos.
Faltam ações de combate contra resistência antimicrobiana bacteriana
- O estudo ainda indica que os nove países com as taxas de mortalidade mais elevadas não dispunham de um plano de ação nacional contra a resistência antimicrobiana bacteriana .
- “As bactérias desenvolveram resistência contra os medicamentos que inventamos para matá-las, e esses patógenos estão matando pessoas em taxas mais altas do que HIV/AIDS ou malária”, disse o coautor e pesquisador Lucien Swetschinski, do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME).
- Ele destaca que “se formuladores de políticas, clínicos, cientistas e até mesmo o público em geral não implementarem novas medidas agora, esta crise de saúde global se agravará e poderá se tornar incontrolável”.
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