Avery Dennison terá nova fábrica em SP para fazer “etiquetas inteligentes”

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A multinacional americana Avery Dennison vai expandir a presença no Brasil. A empresa está construindo em Vinhedo, no interior de São Paulo, uma planta especializada na produção de etiquetas de radiofrequência, tecnologia chamada de RFID (sigla em inglês Radio-Frequency Identification).

Será a quinta planta da Avery no mundo capaz de produzir material com essa tecnologia, além de Estados Unidos, México, Europa e China. A fábrica atendará a clientes de toda a América Latina e tem previsão de inauguração em 2021, segundo revelado em primeira mão a EXAME. O espaço ficará ao lado da fábrica que a Avery já possui em Vinhedo desde os anos 1970, e onde produz material do braço mais “tradicional” da empresa — etiquetas, rótulos de produtos e outros tipos de adesivos para indústria, varejo e setor de saúde, sobretudo para clientes corporativos.

A tecnologia de radiofrequência em embalagens ainda está começando a se desenvolver no mundo e cresce na casa dos 20% ao ano, diz o brasileiro Ronaldo Mello, vice-presidente da Avery Dennison para América Latina. O RFID responde por uma fração de cerca de 500 milhões de dólares no faturamento anual de pouco mais de 7 bilhões de dólares da multinacional.

A empresa não revela números específicos sobre o Brasil, mas diz que a decisão por abrir uma fábrica no país vem do potencial de crescimento do mercado de radiofrequência na região. Como a tecnologia é relativamente nova e a base de adeptos no Brasil ainda é pequena, Mello projeta que o crescimento por aqui ficará acima da média mundial de 20%. Até então, a Avery já vendia a tecnologia de radiofrequência na América Latina, sobretudo para clientes do varejo de moda, mas importava os produtos de suas fábricas no exterior. “Temos uma visão de uma indústria que será cada vez mais conectada, e nosso objetivo é oferecer os produtos para tal”, diz Mello, que está na Avery há mais de dez anos.

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A empresa atende no Brasil a alguns de seus clientes globais, empresas como a fabricante de roupas espanhola Zara, e as marcas de artigos esportivos Nike e Adidas, além de nomes locais como a varejista de moda Renner. Um piloto da tecnologia RFID também está sendo testado com a rede de perfumarias e cosméticos Boticário para controle de estoque.

Hoje, itens como etiquetas de roupas que apitam ao sair da loja, controle de estoque, catalogação inteligente nos produtos do supermercado e pedágio pago nos moldes do Sem Parar são todos serviços feitos com etiquetas de radiofrequência. Assim, a categoria deve crescer também à medida que aumenta o grau de digitalização das empresas e o uso da chamada “internet das coisas” (IoT), que vai de casas conectadas a produtos que falam com o celular dos clientes. “Cada vez mais se fala em indústria 4.0, mas ainda temos [na América Latina] um caminho longo, porque os produtos nem se conversam”, diz o executivo.

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Ronaldo Mello, VP de América Latina da Avery: expectativa de que RFID cresça mais de 20% ao ano no BrasilAvery/Divulgação

“RG dos produtos”

A tecnologia de radiofrequência consiste em um pequeno chip e uma espécie de antena com capacidade de enviar sinais, implementados nas etiquetas. Tudo isso em uma superfície extremamente pequena. O processo confere aos produtos uma espécie de “RG digital”. “Cada produto que você toca vai ter uma identidade digital exclusiva. Uma xícara, um item no supermercado, um celular”, diz Mello.

As utilidades podem ser inúmeras, para muito além de evitar roubos de roupas no varejo. Com uma etiqueta com a tecnologia de radiofrequência, uma empresa consegue ter um controle digital de seu estoque e saber onde se encontra cada produto. “Hoje o grau de precisão de um estoque sem tecnologia é de cerca de 60%, o funcionário tem que contar peça por peça, e aí a empresa pode perder venda por achar que não tem o produto ou o tamanho certo. Com radiofrequência, a precisão é de 99%”, diz Mello.

Um dos pilotos que a Avery vem testando com a companhia aérea Delta é uma etiqueta inteligente para que o cliente saiba onde está sua mala. A ideia é que, quando o viajante desembarca de um voo da companhia, receba um SMS dizendo que a bagagem estará em determinada esteira e que está pronta para a retirada.

No exterior, a Avery já atua também com gestão inteligente em supermercados — um cliente recebe uma notificação de que o vinho naquela unidade está com desconto, por exemplo. Mello afirma que o setor de alimentação é um dos alvos da Avery, com a possibilidade de também reduzir o desperdício na gestão do estoque de itens orgânicos.

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Etiqueta com tecnologia RFID: uso em implementação de processos de Internet das CoisasAvery/Divulgação

Entre radiofrequência e as etiquetas tradicionais, Mello diz que é “difícil passar um dia sem encostar em um produto da Avery”. Com sede no estado americano da Califórnia, a empresa tem capital aberto na NYSE, bolsa de Nova York, e vale 11,5 bilhões de dólares, estando entre as 500 maiores companhias de capital aberto nos Estados Unidos, segundo ranking da revista Fortune. No mundo, tem mais de 20.000 funcionários.

Dentre as produções da multinacional, estão desde rótulos comuns usados em embalagens a autoadesivos extremamente resistentes para a indústria, como adesivos do motor de carros que suportam temperaturas de 200ºC.

Mello está na empresa há mais de dez anos e diz que, para além de uma alta no segmento de tecnologia da informação com soluções como o RFID, uma das transformações recentes na companhia foi aprimorar os autoadesivos para que sejam mais sustentáveis. “Se for reciclar uma embalagem de shampoo, o rótulo precisa fazer parte do processo. Nos últimos anos passamos a intensificar essa preocupação”, diz.

A empresa não divulga em seus balanços trimestrais números específicos sobre a operação no Brasil e na América Latina, mas mais de 80% das vendas estão em países desenvolvidos, como Europa e Estados Unidos. Assim, Mello afirma que, para além das etiquetas inteligentes, mesmo o mercado para os produtos do braço tradicional da Avery, os autodesivos, tem um grande espaço para crescer no Brasil.

Nos Estados Unidos, a penetração geral do autoadesivo é de cerca de 10 metros quadrados por habitante (segundo a métrica usada no setor), ante cerca de 2 metros quadrados por habitante no Brasil, segundo o executivo. Autodesivos são mais resistentes e substituem as etiquetas de cola, mais simples.

Com internet das coisas e produtos conectados, as empresas latino-americanas precisarão ser mais digitais a cada dia em suas respectivas áreas de atuação. O caminho é longo. Com a produção na nova fábrica saindo do papel no ano que vem, a Avery busca ser — de internet das coisas a adesivos resistentes — o fornecedor desse novo mundo.

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