Imagine dirigir um carro sem a necessidade de acelerar ou frear, manter as mãos no volante o tempo todo e controlar constantemente o alinhamento da rota. Esses são alguns dos atributos do automóvel autônomo e que estão disponíveis no Audi Q8, último lançamento com esse nível de automação no Brasil.
Os veículos autônomos são classificados em uma escala de 1 a 5 e o Q8 é enquadrado como nível 2, ou semiautônomo, pois o motorista ainda é considerado responsável pelo carro. Nos níveis 3, 4 e 5, o automóvel vai assumir o controle, passará a compreender o comportamento do motorista e repetí-lo.
Ao circularmos pela Marginal Pinheiros, na capital paulista, o Q8 se mostrou um conforto para o condutor. Com tráfego pesado constante, a região, como muitas outras nas grandes cidades do país, demanda atenção extra do motorista. Mas no caso do utilitário esportivo, o veículo corrige automaticamente o alinhamento nas faixas da via (exceto em curvas muito acentuadas) e mantém sempre uma distância segura do veículo à frente, o que pode ser programado pelo motorista. Quando o semáforo fechava ou o veículo da frente parava, o Q8 freava por conta própria.
Para cumprir as premissas de segurança, entretanto, a velocidade máxima do veículo precisa ser de 60 quilômetros por hora, do contrário, o tempo de resposta é insuficiente. “Cerca de 90% dos acidentes têm o condutor como responsável. Com os veículos autônomos, queremos mais segurança no trânsito”, afirma Gerold Pillekamp, gerente de marketing de produto da Audi do Brasil.
Com 130 computadores, o Q8 contém 2 sensores dianteiros, 4 traseiros e uma câmera, que integram o sistema de segurança e automação. Pillekamp conta que o SUV não é capaz de impedir uma colisão traseira, mas, devido aos sensores externos, o veículo se prepara para reduzir o impacto para os passageiros: em milésimos de segundos, o airbag é acionado e as janelas se fecham, entre outras medidas de segurança.
O Q8 é equipado com motor 3.0 turbo, transmissão de oito velocidades e faz de 0 a 100km/h em 5,9 segundos.
Mercado
O Q8 compete diretamente com o X6, da BMW, e o GLE, da Mercedes-Benz. Mas o nível de automação é único, diz Pillekamp. Ele relata que, ao final de setembro, dos dez modelos da Audi à venda no mercado brasileiro, seis já terão nível 2 de automação. “É um caminho sem volta.”
As montadoras estão investindo pesado para desenvolver veículos autônomos e estão se unindo para entregar, na próxima década, o automóvel do futuro. Exemplo disso é a recente parceria das rivais históricas BMW e Mercedes, que se aliaram para investir em pesquisa e desenvolvimento de veículos autônomos.
No caso da Audi, o executivo afirma que o novo A8, que chegará ao Brasil no ano que vem, é o único veículo com nível 3 de autonomia disponível em larga escala.
Como toda tecnologia inovadora e recente, o Q8 está bem longe do poder aquisitivo do brasileiro. Os preços variam de 471.990 reais até 503.990 reais. “Quando trouxemos o Q8, 80% das unidades já estavam vendidas. Em janeiro devemos trazer um lote bem maior”, diz Pillekamp.
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