Arctic Monkeys fazem do Rio a sua Las Vegas em show do novo disco

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Pode não ter sido a mesma loucura de público do show anterior, de 2014, mas as cerca de 13 mil pessoas (em números oficiais) que acorreram à Jeunesse Arena na noite de quarta-feira para ver a volta dos Arctic Monkeys ao Rio de Janeiro não tiveram do que reclamar. Com mais conforto na pista e um belo clima de congraçamento garantido pelo vocalista Alex Turner – um senhor entertainer, na altura dos seus 33 anos de idade -, a banda inglesa mostrou, em cerca de 1h40m de apresentação (a ser repetida na sexta em São Paulo, no festival Lollapalooza), que domina muito bem a arte do espetáculo de rock. Acomodou as músicas de seu novo disco, “Tranquility Base & Casino, às demais do seu passado e deu mais um passo em sua evolução nos palcos: conferiu ao show um caráter Las Vegas e fez a transição para a sofisticação adulta soar natural, sem prejuízo para a sua vitalidade como banda.

Antecedida por uma discotecagem eclética, com Cat Stevens, hip-hop, pop francês e italiano e até mesmo Lô Borges, a entrada dos Arctic Monkeys em cena se deu conforme o script dos últimos shows, com a poderosa “Do I wanna know?”, do disco “AM”(2013), grande responsável por eles terem chegado às arenas mundiais do rock. A agitada “Brianstorm”, com direito a solo de bateria, lembrou a energia punk dos primeiros tempos e fez o público até jogar alguma cerveja para o alto. Em seguida, no palco cru, adornado apenas por um jogo de luzes, Alex Turner guiou a nova formação da banda, acrescida de quatro músicos, por “Snap out of it” e  “Don’t sit down ‘cause I’ve moved your chair”, até que chegasse a vez da primeira música do novo disco, “One point perspective”. Meio Nick Cave, meio Elvis Costello, o líder foi ao piano e, com finesse ímpar, defendeu ali as novas cores do Arctic Monkeys em uma canção que, apesar do maior rebuscamento, não destoou em nada do restante do repertório do show.

E assim, entre bem dosadas idas e vindas, a apresentação transcorreu. “I bet you look on the dancefloor”, do primeiro álbum, de 2006, devolveu ao show uma pegada juvenil, que foi se transmutando em soul em “Knee socks” e que, sem atropelos, entregou ao público mais uma do novo disco, “Ultracheese”, balada com toques italianos que teve como resposta um mar de celulares acesos. Bem adaptado ao movo personagem do crooner, o vocalista não deixou de lado o rocker, exercitado com maestria em “Teddy picker” e “Dancing shoes” – e nem o sedutor funky, em “Why you’d only call me when you’re high?”, ápice da fase americana dos Arctic Monkeys em “AM”. Escorado por uma banda muito bem azeitada na estrada e cheio de charme, Alex fez o que bem entendeu, com a voz, o corpo e a guitarra, alternando registros sonoros e dramáticos numa noite de boa diversidade.        

Sem deixar buracos ou entediar o ouvinte, os Arctic Monkeys voltaram a “Tranquility Base Hotel & Casino” numa interpretação mais acelerada mas nem por isso descaracterizada da faixa-título, e com a inspirada “Four out of five” (que tem tudo para não sair mais do repertório da banda), despediu-se do palco em clima de comoção. No bis, outra do novo disco, “Star treatment”, fez a introdução para mais um momento de explosão, com duas de “AM”, “R U mine” e “Arabella”. Foram 21 canções, ao todo, que saciaram o público na medida, deixaram a porta aberta para uma volta com mais novidades e fecharam um programa iniciado às 19h40 com show do grupo O Terno. Mesmo com alguns problemas de som e espremidos no centro do palco, ocupado pelo equipamento dos ingleses, os paulistanos defenderam com bravura e ternura o show de seu terceiro álbum, “Melhor do que parece” – foi, aliás, a última apresentação dessa turnê, já que o quarto álbum está prestes a ser lançado.

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Cotação:
 Ótimo



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