Arábia Saudita acessou telefone de Bezos, dono da Amazon, diz chefe de segurança

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WASHINGTON — O chefe de segurança de Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo, disse neste sábado que o governo da Arábia Saudita teve acesso ao telefone e obteve informações privadas do fundador da Amazon e dono do jornal Washington Post.

Gavin De Becker, consultor de segurança de longa experiência, disse que tinha completado sua investigação sobre a publicação em janeiro de mensagens de texto filtrados entre Bezos e Lauren Sanchez, ex-apresentadora de televisão com quem o empresário teve um caso extraconjugal. O tabloide National Enquirer revelou a relação um dia depois do anúncio do divórcio do bilionário.

No mês passado, Bezos acusou o tabloide de tentar chantageá-lo, ameaçando publicar “fotos íntimas” que supostamente tinha enviado a Sanchez. Para que as imagens não vazassem, o bilionário deveria ir a público ressaltar que os informes da publicação sobre ele não tinham motivação política.

“Nossos investigadores e vários especialistas concluíram que os sauditas tiveram acesso ao telefone de Bezos e obtiveram informações privadas”, escreveu De Becker em um artigo para o site The Daily Beast.

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Bezos e MacKenzie Bezos anunciaram que iriam romper 25 anos de casamento após um período de “autoinvestigação amorosa” e de uma separação inicial. Um dia depois, o National Enquirer publicou mensagens de texto íntimas entre o bilionário e Lauren Sanchez, no que classificou como “a maior investigação” da história do jornal. “Sou louco por você”, teria escrito o bilionário a Lauren. O tabloide destacou que seguiu os amantes por “cinco estados”, em encontros escondidos, com fotos de paparazzi.

Desde então, Bezos abriu uma investigação sobre como vazaram as mensagens e também as fotos — apuração que pôs a cargo de Gavin de Becker. Durante a apuração, surgiram especulações de que sauditas poderiam estar envolvidos na trama. Bezos é dono do jornal Washington Post, cujo jornalista, Jamal Khashoggi, foi morto e esquartejado por membros do alto escalão de Riad em 2 de outubro do ano passado. A inteligência americana aponta o príncipe herdeiro saudita, Mohammed Bin Salman, como mandante do assassinato, embora o presidente Donald Trump se recuse a relacionar o aliado ao crime.

Um porta-voz da Embaixada da Arábia Saudita em Washington não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Riad nega qualquer envolvimento de Bin Salman na morte de Khashoggi.

Em fevereiro, uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores disse que o reino do Golfo não tinha “absolutamente nada a ver” com o material do National Enquirer.

Recentemente, De Becker mencionou em uma entrevista ao site Daily Beast que “fortes indícios apontam para motivações políticas” no vazamento das fotos e mensagens íntimas, e que analisa o perfil do irmão de Lauren Sanchez, Michael, como possível responsável. Michael é apoiador do presidente americano, Donald Trump, e tem laços com seu círculo de colaboradores. O CEO da Amazon é alvo constante de críticas de Trump, que já o chamou de “Jeff Bozo” em um tuíte.

A American Media, editora do National Enquirer, disse que agiu legalmente ao publicar as revelações sobre a vida íntima de Bezos e que investigaria “a fundo” as denúncias de chantagem feitas por ele.



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