No mercado brasileiro da aviação, a Gol e a Latam são vistas como as únicas vencedoras da briga que se seguiu à derrocada da Avianca. Mesmo que a Agência Nacional de Aviação Civil resolva retomar os espaços de pouso e decolagem que as duas maiores companhias aéreas brasileiras compraram no leilão de ativos da empresa dos irmãos Germán e José Efromovich e fazer a distribuição proporcional que a lei determina, a Gol e a Latam teriam direito cada uma a oito dos 40 cobiçados slots em Congonhas.
Para executivos próximos à Avianca, elas podem nunca ter de desembolsar os 70 milhões de dólares dos lances dados pelos ativos no certame de 10 de julho. E conseguiram impedir que a Azul aumentasse significativamente seu espaço no aeroporto paulistano. Para a Azul, ser eventualmente considerada pelos reguladores como novo entrante em Congonhas e abocanhar 24 espaços lhe daria apenas um prêmio de consolação. Com 50 slots, ainda assim não seria páreo para as duas maiores concorrentes.
O desfecho da crise está longe, no entanto. Segundo EXAME apurou, há pelo menos sete ações na Justiça de credores que questionam o plano de recuperação judicial da Avianca, o qual permitiu a venda dos ativos. Assim, os credores ainda têm alguma chance de recuperar parte do que lhes é devido. Perdedores são os 2.500 funcionários, que ficaram na rua. Já os Efromovich têm planos de continuar operando no Brasil, pois a licença de operação da Avianca continua sendo sua propriedade.