Morreu neste início de tarde de segunda (11), no hospital Albert Einstein, em São Paulo, o banqueiro e ex-presidente do Banco Central Fernão Bracher. Ele havia sido hospitalizado há cerca de uma semana, depois de uma queda em casa, e acabou sofrendo um enfarte.
Aos 83 anos, Bracher estava afastado de suas altas funções – foi presidente do BBA, vice-presidente do conselho de administração do Banco Itaú, e em 2005 dissociou-se em definitivo das tarefas no Itaú-BBA, que passaram às mãos de seu filho Candido Botelho Bracher, atual presidente do Itaú Unibanco. Ele também é pai da artista plástica Elisa Bracher.
Fernão Bracher formou-se em direito na Universidade de São Paulo em 1957 e chegou a trabalhar como advogado no escritório Pinheiro Neto até o ano de 1961, quando assumiu o comando do Banco da Bahia S. A.. A partir de 1975 teve sua primeira passagem pelo Banco Central, onde ficou por cinco anos.
De volta à iniciativa privada, esteve à frente da Atlântica Boavista, uma segurada. Na sequência, ocupou a cadeira de vice-presidente do Bradesco. Em 1985, no governo Sarney, voltou ao Banco Central. Desta vez, em um momento muito delicado para o país com o início da hiperinflação. Junto à equipe econômica, ajudou a implementar o Plano Cruzado.
Dois anos depois, deixou a entidade para fundar o BBA (Bracher, Beltran e Associados) que em 2002 foi vendido ao Itaú por 3,3 bilhões de reais. Desde então, a companhia funciona como o braço de investimentos da empresa.
Bracher também dedicava-se à filantropia. Integrava o conselho da ONG Parceiros da Educação e era o presidente do Instituto Acaia, criado em 1997 por sua filha Elisa. Com o crescimento dos atendidos, ele ajudou a formalizar a entidade em 2001.
Com Estadão Conteúdo