Ao deixar Israel, Bolsonaro diz que respeita os palestinos e não quer ‘encrenca’

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JERUSALÉM — O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira que respeita os palestinos, no encerramento de uma visita a Israel em que fortaleceu os laços com o Estado judeu e anunciou a abertura de um escritório de representação brasileira em Jerusalém. A decisão foi considerada o primeiro passo para a transferência da embaixada para a cidade que está no centro do conflito árabe-israelense.

— Respeito o povo palestino, não posso concordar com grupos terroristas. Aí complica, né? Senão estaria contra a minha biografia, eu que combati esse pessoal da esquerdalha desde 70, quando era garoto, no Vale do Ribeira, o grupo do Lamarca — disse o presidente, em referência ao capitão do Exército Carlos Lamarca, que desertou para liderar grupos armados contra a ditadura militar.

Embora o Brasil tenha enfatizado que o novo escritório a ser inaugurado em Jerusalém não terá status diplomático, a iniciativa gerou protestos tanto da Autoridade Nacional Palestina como do Hamas, que estão à frente das administrações palestinas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Para eles, o reconhecimento tácito do Brasil de Jerusalém como capital de Israel viola o direito internacional e representa uma agressão ao povo palestino.

Pouco antes de deixar Israel, Bolsonaro afirmou que pretende visitar o mundo árabe, sem especificar o país que está nos planos.

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— Fui convidado por vários países, teve gente do sheik dos Emirados Árabes me visitando. Nós não estamos no  Brasil, eu, numa situação de procurar encrenca com ninguém, eu quero é solução. E todos aqueles que puderem fazer  negócios conosco, da minha parte vai ter todo carinho e consideração. Mas tem que respeitar o Estado de Israel. Aqui o povo é soberano, tem um primeiro-ministro, que junto de seu Parlamento toma decisões. Uma vez tomada a decisão, eu vou reclamar de lá? — questionou o presidente, sobre Jerusalém como a capital de Israel.

Realizada na véspera da eleição parlamentar em Israel, marcada para a próxima terça (9), a vinda de Bolsonaro foi vista em grande parte da imprensa israelense como uma manobra de marketing  do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu para ganhar visibilidade na mídia como estadista de estatura mundial. O presidente, porém, negou que tenha sido usado como peça de campanha.

— De jeito nenhum, eu sou maior de idade. Eu já estou sexagenário. Tenho uma grande afinidade com ele, é paraquedista, como eu, capitão também — disse Bolsonaro. — O meu compromisso é com Israel, nós sabemos que o Netanyahu é passageiro, daqui a pouco muda, eu também sou passageiro no Brasil, graças a Deus né, imagina ficar o tempo todo com esse abacaxi, abacaxi não, com essa quantidade de problema nas costas.



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