RIO – Em transmissão ao vivo em sua página no Facebook na noite desta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não autorizou a entrada de Élcio Queiroz, suspeito de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), em seu condomínio na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, em 14 de março de 2018, dia do crime. O presidente também acusou o governador Wilson Witzel (PSC-RJ) de vazar detalhes sobre a investigação para prejudicá-lo antes das eleições de 2022 e afirmou que é alvo de “patifaria”. As informações sobre o caso Marielle às quais o presidente se referiu foram veiculadas pelo Jornal Nacional, da TV Globo.
Segundo o “JN”, registros da portaria onde morava o principal suspeito de matar a vereadora e o motorista Anderson Gomes, o sargento aposentado da Polícia Militar Ronnie Lessa, mostram que horas antes do assassinato, o ex-policial militar Élcio Queiroz entrou no condomínio e disse que iria para a casa de Bolsonaro.
Durante os 23 minutos em que falou direto da Arábia Saudita, onde está em visita oficial, Bolsonaro apresentou motivos por que ele não poderia ter autorizado Élcio Queiroz, suspeito de assassinar Marielle, a entrar no Condomínio Vivendas da Barra naquela ocasião.
Segundo o presidente, ele não estava no Rio de Janeiro e sim na Câmara dos Deputados, em Brasília. A presença dele no Congresso Nacional naquela data foi mencionada pelo Jornal Nacional, que obteve registros e encontrou vídeos do presidente em Brasília no dia do assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes.
Além disso, Bolsonaro também mencionou que a primeira dama Michelle Bolsonaro estaria em casa no momento em que Élcio entrou no condomínio e não teria autorizado a entrada de um estranho.
— Quarta-feira, geralmente, o parlamentar está em Brasília. Eu tenho registrado no painel eletrônico da Câmara presença às 17h41, ou seja, 31 minutos depois da entrada desse cidadão, desse elemento no condomínio. E tenho também 19h36. E tenho também registrado no dia anterior e no dia posterior as minhas digitais no painel de votação — afirmou Bolsonaro, em referência aos horários que constam no registro também obtido pelo Jornal Nacional.
De acordo com o JN, o porteiro que trabalhava na guarita que controla os acessos ao condomínio no dia do crime registrou no livro de visitantes, às 17h10, o nome de Élcio, o modelo do carro, um Logan, a placa, AGH 8202, e a casa que o visitante iria, a de número 58.
Ainda segundo o JN, o porteiro contou que, depois que Élcio se identificou na portaria e disse que iria para a casa 58, ele ligou para a residência para confirmar se o visitante tinha autorização para entrar. Ele afirmou ainda, em dois depoimentos, que identificou a voz de quem atendeu como sendo a do “seu Jair”.
O presidente também declarou estar disposto a conversar com o delegado que comanda o caso na Polícia Civil do Rio para colocar “em pratos limpos” aquilo que “está acontecendo”.
— Gostaria muito de conversar com esse delegado sobre esse assunto. Para colocar em pratos limpos o que está acontecendo com o meu nome. Por que querem me destruir? — questionou o presidente.
Bolsonaro disse que a investigação do caso Marielle estaria “bichada”. Na opinião dele, a Polícia Civil deveria continuar apurando o assassinato, mas de maneira “supervisionada”. Ao comentar uma possível federalização do caso, Bolsonaro afirmou que a Polícia Federal (PF) precisa responder também quem teria mandado matá-lo no atendado à faca em Juiz de Fora (MG), durante a campanha do ano passado.
Em setembro, a então procuradora-geral da República Raquel Dodge pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que a PF assuma o caso. Ela também denunciou Domingos Brasão, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), por obstrução da investigação e pediu que ele seja investigado.
Ataques a Witzel
Ao mencionar Witzel por supostamente ter vazado as informações do caso Marielle, Bolsonaro questionou como a TV Globo teria obtido as informações e sugeriu que o porteiro pode ter sido induzido a depor para prejudicar a família Bolsonaro.
— Esse processo está em segredo de justiça. Como chega na Globo? Quem vazou para a Globo? Segundo a (revista) Veja, quem vazou foi o seu governador Witzel. Ele que explique. O que cheira isso aqui? O que parece? Que ou o porteiro mentiu ou induziram o porteiro a produzir falso testemunho. Ou escreveram algo no inquérito que ele não leu e assinou embaixo em confiança ao delegado ou a aquele que foi ouvi-lo na portaria — sugeriu Bolsonaro.
Bolsonaro também afirmou que Witzel só foi eleito porque “colou” no senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) durante as eleições do ano passado. Depois disso, de acordo com o presidente, o governador teria se afastado de Flávio porque pretende ser candidato à Presidência em 2022.
— O senhor (Witzel) se afastou porque quer concorrer à Presidência em 2022. O desejo é legítimo. Mas para isso o senhor precisa acabar com a família Bolsonaro — afirmou o presidente em mensagem direcionada ao governador.
Durante toda a transmissão ao vivo, Bolsonaro também direcionou ataques à TV Globo e à revista Época por reportagens que, na opinião dele, teriam como objetivo “derrubá-lo” no primeiro ano de mandato. O presidente também disse que se sente vítima de uma “patifaria 24h por dia” e se referiu ao jornalismo do Grupo Globo como “podre, canalha e sem escrúpulo”.
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