Anúncios de venda de imóveis no condomínio que desabou destacam falta de registro na prefeitura, mas têm IPTU

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RIO – Segurança, portaria 24h, vista privilegiada. O Condomínio Figueira do Itanhangá, na Estrada de Jacarepaguá 370, na Muzema, onde dois prédios desabaram nesta sexta-feira, tem estratégia de venda eficiente nos sites imobiliários. “Apartamento na planta de dois quartos, em condomínio fechado com total segurança, ambiente familiar. Um excelente investimento”, diz um dos anúncios. O imóvel em questão tem 55 metros quadrados. Embora seja uma construção irregular, segundo a prefeitura”, a descrição  inclui o valor da taxa de IPTU, R$ 50, além de condomínio, também R$ 50.

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Fachada do empreendimento no Itanhangá Foto: Reprodução / Reprodução

As fotos mostram com destaque a fachada do condomínio, relativamente imponente, com um pórtico pintado de verde. As imagens dos apartamentos também são “convidativas”, com cozinhas americanas e pastilhas. O valor varia de R$ 75 mil a R$ 120 mil, dependendo do imóvel, já que o Figueira possui casas e prédios, a maioria entre quatro e oito andares. Um apartamento “no tijolo”, o mais barato, é anunciado com o seguinte “plano de pagamento”: R$ 40 mil de entrada e parcelas mensais de R$ 1 mil. “Só isso!!!!”.As plantas das unidades geralmente têm a mesma disposição: sala, dois quartos (1 suíte), cozinha, banheiro, varanda, área de serviço. Como vantagens, são citadas a proximidade de uma pizzaria, “a condução na porta, 10 minutos do Metrô Barra e BRT e o vasto comércio”.

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Foto da sala de um apartamento em um dos edifícios do condomínio: porcelanato, cozinha americana e sacada Foto: Reprodução / Reprodução

Entre as mais valorizadas estão unidades com 60 metros quadrados, “chão de porcelanato, armários planejados na cozinha e banheiros, janelas de vidro temperado e espaço para fazer um belíssimo terrçao”. O custo de tudo isso: R$ 120 mil, à vista. Ou R$ 90 mil mais “parcelas a combinar”. Um dos anúncios ressalta a facilidade de pagamento: “aceito carros, motos, como forma de pagamento”. Uma observação,  no entanto, chama a atenção. “OBS: Não tem RGI”. Traduzindo: não tem inscrição no Regristro Geral de Imóveis.

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Escada de um apartamento ainda em construção no condomínio: R$ 75 mil “no tijolo” Foto: Reprodução / Reprodução

 

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Outros detalhes, sempre seguidos de asteriscos, dão conta da precariedade do empreendimento imobiliário, festejado como um lugar sem poluição visual, ”com bastante vegetação e mata em volta dos prédios”: “*futura coleta de lixo e segurança”, “*ruas asfaltadas no final das construções das obras prediais”.

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Anúncio da administração do condomínio instalado na portaria Foto: Reprodução / Reprodução

Na fachada do que sobrou do pórtico de entrada, um cartaz ao “prezado condômino”, anuncia que, desde janeiro de 2018, as mensalidades devem ser quitadas entre o dia 1 e 10 de cada mês. Com cobrança de R$ 1 de multa por dia em caso de atraso. A taxa varia: R$ 60, para apartamentos, e R$ 100, para casas. O morador deve efetuar o pagemento “no escritório que será feito no segundo andar do casarão”. “De mãos dadas somos fortes juntos venceremos”, diz a última frase do informe.  

 

Muitos interessados no Condomínio Figueira comentam nos anúncios imobiliários encontrados na internet. Algumas apresentam dúvidas sobre a “idoneidade” do investimento. “Quero saber se esse condomínio será regularizado pela prefeitura?”, questiona uma potencial compradora. “Tem certeza que não vai ser demolido? Existe algum proprietário do imóvel aqui?”. Logo vem uma resposta: “Por ser um local de reserva ambiental, acho muito improvável. Porém não vai ser removido, apenas continuar como está, irregular”.

 

 

 

 



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