Antigo símbolo cultural de São Paulo, Mirante 9 de Julho enfrenta destino incerto

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Com sua escadaria principal lotada nos fins de semana, o Mirante 9 de Julho, na Bela Vista, era um point atrativo tanto para os pedestres da Avenida Paulista durante o dia quanto para os entusiastas das noites paulistanas. Em seu período mais efervescente, entre 2015 e 2019, o local foi palco de sessões de cinema ao ar livre, refeições em grupo, exposições, shows, apresentações de DJs e até exibição das partidas da Copa do Mundo de 2018. “O mirante foi um acontecimento, um oásis cultural conectado à cidade”, lembra a nutricionista Kaliny Santos, 39, antiga frequentadora do espaço.

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Mirante 9 de Julho durante sessão de cinema ao ar livre em 2016Marcelo Paixão/Divulgação

Hoje, quem passa pela Rua Carlos Comenale, nos fundos do Masp e com vista para a Avenida Nove de Julho, se depara com um cenário oposto, marcado por portões fechados e interdições com fitas zebradas de isolamento. O estado de abandono, infelizmente, não é novidade para o ponto turístico: antes de ser revitalizado e planejado como uma área de ocupação urbanística, em 2015, era um espaço ocioso resultante da demolição do Belvedere Trianon, casarão visitado pela elite paulista no início do século XX.

Desde então, a área tem oscilado entre momentos de revitalização e de instabilidade, como os meses fechados durante a pandemia de covid-19 e sua desativação em 2021, seu status atual.

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Belvedere Trianon e o Túnel 9 de Julho na década de 1930Wikimedia Commons/Reprodução
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Uma nova perspectiva para o espaço chegou a se desenhar em dezembro de 2023, quando a prefeitura firmou uma parceria com a Sociedade Veteranos de 32 — MMDC. Segundo o contrato estabelecido, a associação que trabalha na preservação da memória paulista assumiria a gestão do espaço por três anos, garantindo serviços de segurança, limpeza, zeladoria e jardinagem.

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Com investimento de R$72 mil previsto, o acordo incluía ainda a inauguração do Museu da Revolução Constitucionalista de 1932, voltado para o acervo histórico do levante contra o governo Getúlio Vargas. Neste ano, porém, novas incertezas pairam sobre o logradouro.

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Antigo palco de movimentos culturais, mirante se encontra abandonadoAlexandre Battibugli/Veja SP
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No último dia 13 de agosto, a Subprefeitura da Sé encerrou o termo de cooperação firmado com a entidade por “descumprimento de obrigações contratuais”. O local, então, retornou ao controle municipal e segue fora de operação. Em nota, a subprefeitura afirmou que “está em elaboração o chamamento público para firmar novo termo de cooperação com entidade parceira, visando a valorização e revitalização do Mirante 9 de Julho”.

Carlos Romagnoli, presidente da Sociedade Veteranos de 32, rebateu as acusações e reiterou que buscava recursos para a abertura do museu. De acordo com ele, a associação conseguiu manter, sem custos, serviços de segurança e limpeza periódica para o ambiente. “Até assumirmos, a escadaria era utilizada para consumo de todo tipo de drogas”, relatou.

Facundo Guerra, empresário que idealizou o plano de restauração do mirante em 2015 e liderou o espaço pelos dois anos seguintes, ressalta a necessidade de retomar o local como um centro cultural proeminente. “Para que ele volte a ser tão importante para a cidade quanto foi um dia.” Nos últimos anos, o entorno da região já passou por notáveis processos de modernização: a prefeitura concluiu no domingo (16) uma consulta pública para a criação de um novo boulevard chamado Jardim do Masp, que envolve a transformação da Rua Professor Otávio Mendes — entre os dois edifícios do museu — em um calçadão arborizado e a reforma da Praça Arquiteto Rodrigo Lefèvre, entre as avenidas Paulista e Nove de Julho.

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Há um ano sob gestão do próprio museu, Vão Livre do Masp recebe oficinas, exposições e apresentações musicaisAlexandre Battibugli/Veja SP

O vão livre do Masp, sob gestão do próprio museu desde novembro de 2024, após concessão da prefeitura, também teve um ano de intensa programação cultural, com exposições, música, dança, teatro, cinema e oficinas. De acordo com Facundo Guerra, reativar o mirante pode oferecer atrações e eventos mais variados à região, além de atrair novos visitantes. À VEJA SÃO PAULO, o empresário revelou a intenção de retornar ao comando do local futuramente.

“Pretendo fazer aliança com empresas e trazê-lo de volta, com um roteiro de atividades complementar ao do Masp.” Para fãs assíduos do antigo reduto cultural, como Kaliny, a possibilidade de reativação daquele pedaço da Paulista representa reaver parte da pulsação cultural da cidade.

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Publicado em VEJA São Paulo de 21 de novembro de 2025, edição nº 2971.

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