BELO HORIZONTE — A Vale informou, na tarde deste sábado, que uma divergência entre dois sistemas que monitoravam a estabilidade da Barragem Superior Sul, em Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, provocou a elevação da estrutura para o nível 3, que representa rompimento iminente. Na noite de sexta-feira, as sirenes de alerta máximo foram acionadas. Em entrevista coletiva, a mineradora afirmou que avalia a possibilidade de construir diques de contenção a cinco quilômetros da barragem para diminuir o impacto de lama de rejeitos, caso haja rompimento. A barragem Superior Sul é considerada pela Vale a mais crítica do estado.
De acordo com o coordenador do Comitê de Resposta Imediata da Vale, Marcelo Klein, os sistemas de monitoramento apresentaram laudos diferentes de segurança. Por precaução, a mineradora acionou a sirene. A Defesa Civil trabalha para mapear as rotas de fuga e definir pontos de encontro para moradores de três mil residências que estão na chamada zona secundária, ao longo do rio São João. Os bombeiros teriam apenas uma hora e doze minutos para tirar todas as pessoas da área de risco em caso de rompimento. Até segunda-feira, moradores vão receber orientação de como proceder se a barreira se romper. Eles devem passar por um simulado de fuga.
No dia oito de fevereiro, cerca de 150 famílias atingidas – 452 pessoas – das comunidades de Socorro, Tabuleiro e Piteiras, que ficam na zona de autossalvamento, foram retirados de suas casas e levadas para hotéis em cidades da região, após sirenes serem acionadas pela primeira vez na cidade por risco de rompimento na barragem. A prefeitura do local defende que essas pessoas sejam transferidas para casas alugadas até que possam retornar aos seus imóveis. A administração municipal solicita ainda, que a barragem seja descomissionada o mais rápido possível, para que os riscos sejam sanados em definitivo.