Afinal, o que é um algoritmo? O Olhar Digital explica

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20190322051919_860_645 Afinal, o que é um algoritmo? O Olhar Digital explica

Você certamente já ouviu ou leu a palavra “algoritmo”. Ela tem aparecido com cada vez mais frequência em diversas situações. Raramente, porém, explica-se do que se trata: você, por exemplo, sabe o que é um algoritmo? E por que eles estão tão em evidência?

De forma bastante genérica, pode-se dizer que algoritmos são conjuntos de instruções usados para a solução de problemas. Pode ser, por exemplo, uma receita culinária ou até mesmo a forma como uma criança é ensinada a lavar as mãos.

Quem tem eletrodomésticos em casa já deve ter visto, no manual de instruções do aparelho, referências para solucionar pequenos contratempos. É o caso, por exemplo, de quando a máquina de lavar não funciona aao ser ligada ou a TV recém-instalada não sintoniza os canais. Na documentação do aparelho, é possível saber quais passos devem ser seguidos para que ele funcione adequadamente.

Quando se usa a palavra “algoritmo”, entretanto, geralmente se quer designar os conjuntos de instruções direcionados a computadores. Isso porque cada vez que um sistema computacional (em um computador pessoal, em um smartphone ou em qualquer outro dispositivo que tenha uma central desse tipo) executa uma função, ele o faz com base em um algoritmo.

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Quem escreve essas instruções é um programador: esse profissional é especialista em dizer ao computador o que ele deve fazer. A programação é, portanto, a base da criação de software e, por isso, o código escrito pelo programador faz o computador executar as mais variadas tarefas.

Em resumo, então, qualquer conjunto de instruções — os chamados códigos — que faça a máquina entrar em ação é um algoritmo. Quando o equipamento é ligado, ele executa a lista de comandos que permitem que essa ação seja feita. Ao ser desligado, ocorre o mesmo. E assim por diante para qualquer outra atividade realizada por ele — das mais simples às absolutamente complexas.

Os algoritmos no dia a dia

Em anos recentes, os algoritmos ganharam notoriedade nas redes sociais. Isso porque são usados de formas diversas nessas plataformas: para sugerir amigos, para apresentar publicidade, para coletar dados pessoais e por aí vai. É como se eles fossem uma ferramenta mágica com poderes maléficos que expõem o lado danoso das redes sociais.

E isso acontece porque, na verdade, o que entra em ação nesse caso é o aprendizado de máquina. O algoritmo está lá, mas é a inteligência artificial embutida nele que faz que ele se torne incômodo para muitos: afinal, como os programadores não podem testar todas as possibilidades em que um código vai atuar, eles criam instruções adaptáveis.

É por isso que, quando muitos e-mails de um determinado remetente são enviados para a lixeira, a própria ferramenta de correio passa a colocá-los nessa pasta automaticamente. Ela aprende que essas mensagens não são úteis para o destinatário.

Da mesma forma, sempre que se faz compras em lojas online, como a Amazon, o algoritmo guarda as informações para, depois, usar esses dados para sugerir produtos similares — e que, de preferência, tenham chance de ser comprados pelo cliente. O mesmo raciocínio vale para serviços de streaming, como a Netflix, que indica produções ao cliente.

Aplicativos de navegação, como o Waze e o Google Maps, também adotam o conceito: depois de alguns usos, a ferramenta passa a conferir as condições das rotas mais frequentes. Assim, no horário de saída de casa, ela informa quanto tempo leva o trajeto até o trabalho (ou a escola), por exemplo. Quando o usuário deixa a empresa, de forma similar, mostra como está a rota de volta.

Recentemente, um algoritmo incorporado ao Gmail passou a oferecer sugestões de respostas aos e-mails recebidos. Trata-se de uma opção que facilita bastante o dia a dia — especialmente para aquelas mensagens que requerem apenas um consentimento ou um agradecimento.

Se por um lado essas intervenções são úteis em muitas situações, há quem as considere invasivas demais. Enquanto o YouTube e a Amazon fazem sugestões, serviços como o Google e o Facebook acabam por determinar o que o usuário vê ou não ao decidir quais resultados de pesquisa ou quais posts devem ser apresentados a ele.

Isso tornou os algoritmos bastante polêmicos. O aprendizado obtido pelas máquinas faz esses códigos produzirem respostas cada vez mais subjetivas, que incluem um componente forte de interpretação. Só que as preferências do usuário têm nuances que, muitas vezes, por maior que seja o aprendizado do algoritmo, são difíceis de detectar.

No conceito original de algoritmo, a ideia é que o conjunto de instruções leve a uma resposta certa. Então, quando se faz uma operação matemática em uma calculadora, por exemplo, não há meio termo. Quando a inteligência artificial é adicionada ao processo, a exatidão acaba comprometida.

Cada vez mais sofisticado

Em resumo, os algoritmos são a base de qualquer software. Sem eles, boa parte dos equipamentos nem sequer existiria: computadores, smartphones, TVs inteligentes, máquinas de lavar, panelas elétricas, fornos de micro-ondas e mais uma série de outros dispositivos aproveitam, de algum modo, esse conceito.

A forma como a palavra tem sido usada, entretanto, faz crer que se trata de algo distinto. Sua associação com a inteligência artificial fez que seu significado ficasse um pouco nebuloso — e até mais específico.

Como o idioma está em constante transformação, “algoritmo” talvez esteja se tornando a palavra que vai descrever o universo às vezes um pouco dúbio do aprendizado de máquina. Isso é até saudável, mas é preciso lembrar que ele, em seu princípio fundamental, é o conjunto de instruções para resolver problemas. Só que está cada vez mais sofisticado.



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