O advogado Gustavo Mendonça, de 24 anos, relatou nesta terça-feira (24) ter sido apedrejado junto de um amigo durante o desfile do bloco de rua Acadêmicos do Baixo Augusta, um dos maiores e mais conhecidos de São Paulo. O desfile de pré-Carnaval da atração ocorreu neste domingo (24), na região da Rua da Consolação, no centro da capital.
O rapaz publicou um texto no Facebook nesta segunda-feira (25) sobre o ocorrido. Ele diz ter tido sorte de a pedra acertar suas costas. Seu amigo, o químico Thiago Oliveira dos Santos, também de 24 anos, teria sido atingido na cabeça.
“Imediatamente ele caiu desacordado. Neste momento, meu amigo está hospitalizado entrando em cirurgia para sobreviver”, escreveu o advogado no post que, até o momento, tem mais de 350 compartilhamentos e 630 reações.
O advogado classifica o episódio como um ataque. “As pedras pareceram ter sido jogadas propositadamente e imagino que o que tenha motivado isso foi estarmos usando ‘tops’ como fantasia”, escreveu. “Pela força, é muito difícil imaginar que não foi de propósito. Não consigo ver outro motivo para termos sido atacados senão por um preconceito nojento.”
Mendonça afirmou que o ataque aconteceu quando o bloco passava em frente à Universidade Presbiteriana Mackenzie. O desfile tinha começado próximo ao cruzamento da Rua da Consolação e a Avenida Paulista e estava previsto para terminar na Praça Roosevelt. O advogado registrou um boletim de ocorrência no 4º Distrito Policial, próximo à região. A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso.
Em um texto publicado no perfil de Santos, a uma tia do químico, que não se identifica, escreveu que ele está internado no hospital Carlos Chagas, em Guarulhos, em estado grave.
“Sim, queridos amigos e familiares de Thiago Oliveira, esse garoto de apenas 24 anos, em plena juventude e vivência de seus sonhos, não está bem e se encontra na U.T.I”, diz o texto. O hospital não deu detalhes sobre o estado de saúde de Santos. Apenas confirmou que o rapaz está, de fato, internado lá.
“Não dá para acreditar que num momento onde só deveria haver alegria, a violência se fez presente e fez de mais um inocente a estatística da criminalidade subir”.
A direção do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta não se manifestou até a publicação desta reportagem.