As ações da montadora de carros elétricos Tesla despencaram nesta quinta-feira, 4, após a empresa revelar uma queda de 31% no volume de entregas de veículos no primeiro trimestre deste ano. A companhia de Elon Musk disse nesta quarta-feira, 3, em relatório, que entregou 63 mil carros no período, valor abaixo da expectativa, já que analistas esperavam 76 mil entregas.
O Model 3, carro mais barato da empresa, também teve queda na entrega abaixo do esperado: foram 50, 9 mil veículos entregues no primeiro semestre, enquanto a expectativa era de 52,4 mil.
A Tesla afirmou que o balanço do primeiro trimestre da empresa será “negativamente impactado” pela diminuição do número de entregas de veículos e também por uma série de ajustes de preço. A companhia já havia informado anteriormente que previa prejuízo no primeiro trimestre. Nos últimos dois balanços de 2018, a empresa teve lucro por conta do aumento de vendas do Model 3.
Para acalmar os investidores, a empresa reafirmou que a previsão para o ano todo de 2019 é de 360 mil a 400 mil entregas. No primeiro trimestre deste ano, a Tesla produziu 77,1 mil veículos, abaixo das 86,5 mil unidades do trimestre anterior.
A Tesla também destacou no relatório que cerca de 10,6 mil veículos estavam em trânsito, a caminho dos clientes – houve uma demanda forte pelos carros na China e na Europa no final do trimestre. A empresa disse que um dos problemas da entrega é a demanda em vários países, enquanto a Tesla tem apenas uma fábrica em São Francisco, nos Estados Unidos – está nos planos da companhia construir uma fábrica em Xangai, na China.
“A Tesla continua a lutar como uma ‘empresa de carros reais’, com a demanda em colapso dos Modelos S e X, além de versões mais caras do Modelo 3”, disse Jeff Osborn, analista da Cowen, em nota.
Nesta quinta-feira, 4, as ações da Tesla operavam em queda de 8% às 14h (horário de Brasília).
O dia não está fácil para Elon Musk: o executivo também está se preparando para enfrentar uma audiência sobre desacato. Os advogados do presidente-executivo da Tesla vão argumentar nesta quinta-feira, 4, que Elon Musk não violou um acordo de fraude com a Securities and Exchange Comission (SEC), órgão regulador do mercado financeiro nos EUA, e não deve ser considerado culpado de desacato em uma batalha entre o bilionário e o governo.
A SEC entrou com a ação em fevereiro após Musk publicar um tuíte no qual dizia que a Tesla atingiria a marca de 500 mil carros produzidos em 2019. Em sua carta trimestral aos acionistas de 30 de janeiro, porém, havia sido projetada produção de até 400 mil veículos. Ele é acusado de dar informações imprecisas sobre a compra de ações da empresa.
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