A importância de simular falhas

Uma das maiores preocupações de grande parte dos times de tecnologia das empresas são as falhas causadas por invasão de sistema, que prejudicam o trabalho de diversas áreas – ou, em alguns casos, de uma companhia inteira.

Para termos uma ideia do que estamos falando, de agosto de 2020 a janeiro de 2021, de acordo com dados do Microsoft Digital Defense Report, foram registrados uma média de 140.000 ameaças na web, quase o dobro da média mensal anterior, de 77.000.

Neste cenário, é fundamental que as empresas, sobretudo aquelas que possuam negócios na internet, invistam massivamente em ferramentas que possam testar os sistemas e prepará-los para problemas reais. Essas avaliações são chamadas de Engenharia do Caos (Engineering Chaos, em inglês) e devem ser adotadas sempre que possível, preparando os sistemas para adversidades e, em alguns casos, para evitar danos que possam ser irreparáveis para uma companhia.

A terminologia foi empregada, pela primeira vez, em 2011, por conta do Chaos Monkey, software da Netflix que testava a resiliência dos servidores da empresa de streaming para evitar que as falhas prejudicassem os clientes. Era a primeira vez que se levava em consideração que um sistema deveria ter, obrigatoriamente, a resiliência integrada, em que se tem a clara noção de que problemas como esses são inevitáveis.

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Para implantar a “engenharia do caos” em sua empresa, é preciso conhecer bem o funcionamento de tudo, para, então, saber quais são os pontos mais suscetíveis a falhas e que devem ser testados. Seja seu sistema baseado na nuvem, em data centers, ou em ambientes híbridos, ele precisa estar preparado para eventuais falhas. A vantagem da nuvem, no entanto, é que ela foi criada para suportar níveis altos de segurança e estabilidade. Mas além da cloud, é importante ter uma ferramenta específica para a finalidade de engenharia de caos, que tem o objetivo de simular a destruição do ambiente, gerando confiança no sistema para que ele resista a condições reais.

O intuito é ir, aos poucos, quebrando “barreiras” no sistema ao ponto em que, quanto mais difícil for causar impactos no “sistema estável”, haverá mais confiança. E o melhor: se uma fraqueza ou falha for descoberta, teremos uma nova meta de melhoria antes que esse comportamento se manifeste em uma situação real, criando a resiliência da sua infraestrutura.

Acompanhando toda essa evolução do mercado e para colocar em prática os testes de engenharia de caos, uma das soluções que está em preview na nossa nuvem é focada exatamente neste objetivo. O Azure Chaos Studio permite que a área de TI possa fazer experimentações de engenharia de caos totalmente gerenciadas, acelerando a descoberta de possíveis falhas de sistema ou de aplicações. Literalmente instaurando o caos para que os sistemas possam se preparar para as mais diferentes adversidades. Ao utilizar uma solução com esse propósito, é importante, durante os testes, levar em consideração as falhas de hardware ou de software, paradas de servidores, além de eventuais alterações do pico de tráfego de um site e redimensionamento de capacidade, que podem indicar uma tentativa de invasão do sistema, por exemplo. Estes são alguns dos principais problemas enfrentados por empresas quando há uma falha real e devem ser observadas de perto com o “teste de caos”.

O ideal é que essa ferramenta faça avaliações com frequência, até para repetir processos e, eventualmente, detectar problemas que não foram percebidos anteriormente. Todas estas soluções estão disponíveis para que, quando seu sistema apresente uma falha real, os negócios da sua companhia e, principalmente, seus clientes não sejam impactados.

Mariana Hatsumura é diretora de Azure da Microsoft Brasil

Imagem: Den Rise (Shutterstock)

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