Primeiro-ministro de Israel se mostrou claramente contra a futura criação de um Estado palestino
Por
EFE
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6 abr 2019, 17h06
Jerusalém – A três dias das eleições gerais de terça-feira, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que concorre pela reeleição, garantiu em entrevista a uma emissora de televisão que, se vencer, pode anexar partes do território palestino ocupado da Cisjordânia.
Perguntado no “Canal 12” pela jornalista Rina Matzliah por que não ordenou a anexação do assentamento de Ma’ale Adummim (perto de Jerusalém) e o bloco de colônias de Gush Etzion (entre Jerusalém e Belém) durante seus dez anos à frente do governo, Netanyahu respondeu: “Quem disse que não vou fazer isso?”.
Após destacar que conseguiu que os Estados Unidos reconhecessem a soberania israelense sobre o território sírio das Colinas do Golã ocupado por Israel desde 1967, o chefe do governo israelense assegurou: “Seguiremos adiante com a próxima fase. Sim, estenderei a soberania”, prometeu.
Além disso, afirmou que para ele não há diferença entre colônias isoladas e blocos de assentamentos, até agora os únicos que as posições oficiais israelenses consideravam que ficariam em território israelense com um acordo de paz com os palestinos.
“Eu não distingo entre os blocos de assentamentos e os assentamentos isolados, porque cada assentamento é israelense, e eu não os entregarei à soberania palestina”, ressaltou.
Para a comunidade internacional, ambos são ilegais (os EUA se referem a eles como “ilegítimos”) e uma ameaça para a consecução de uma solução de dois Estados, que passa pela criação de um Estado palestino independente e exigiria a evacuação de milhares de colonos do território ocupado, ou sua permanência no novo Estado palestino.
Além disso, Netanyahu se mostrou claramente contra a futura criação de um Estado palestino.
“Um Estado palestino poria em perigo nossa existência. Aguentei enorme pressão nos últimos oito anos. Nenhum primeiro-ministro aguentou tanta pressão. Temos que controlar nosso destino”, declarou, em provável referência ao consenso internacional sobre a solução de dois Estados.