Um estudo publicado na revista Science localizou mutações genéticas que podem contribuir para o desenvolvimento da esquizofrenia. De acordo com os cientistas, essas mudanças – chamadas de mutações somáticas – acontecem durante o desenvolvimento do cérebro e são muito significativas para o surgimento do transtorno.
Entenda:
- Um novo estudo aponta que certas mutações genéticas podem impedir o desenvolvimento do cérebro e contribuir para a esquizofrenia;
- A descoberta foi feita com base em análises de tecidos cerebrais post-mortem de indivíduos com e sem o transtorno;
- A pesquisa indica que essas mutações são mais comuns nos cérebros de pessoas com esquizofrenia;
- A expectativa é de que a descoberta ajude a detectar novos alvos genéticos para a criação de medicamentos.
Para o estudo, a equipe analisou e comparou tecidos cerebrais post-mortem de indivíduos com e sem esquizofrenia. Após realizar o sequenciamento do DNA de neurônios no córtex pré-frontal dorsolateral (CPFDL), os cientistas detectaram polimorfismos de nucleotídeo único – variação genética na qual apenas uma base nucleotídica é substituída na sequência de DNA.
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Mutações genéticas podem estar relacionadas a esquizofrenia
Durante a pesquisa, os cientistas observaram que as mutações somáticas eram muito mais comuns em certas regiões do DNA do cérebro de indivíduos com esquizofrenia do que no de pessoas sem o transtorno. A hipótese é de que essas mutações interrompem certos processos biológicos no desenvolvimento do cérebro – contribuindo, consequentemente, para a manifestação da esquizofrenia.
“Além das mutações herdadas que normalmente imaginamos, agora vemos que mutações que surgem durante o desenvolvimento do cérebro também podem contribuir para a doença”, diz Andrew Chess, coautor sênior do estudo, via Medical Xpress.
No processo, a equipe ainda descobriu que parte das alterações possuía uma assinatura molecular que já foi identificada anteriormente em mutações causadas por inflamações. Com as descobertas, os pesquisadores esperam identificar novos alvos genéticos para nortear a criação de futuros medicamentos para a esquizofrenia.
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