Cinquenta anos após o químico americano Pal Laterbur apresentar a primeira versão da ressonância magnética, cientistas estão desenvolvendo uma versão milhões de vezes mais aprimorada — com testes realizados em cérebros de ratos.
O estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences nasceu de uma parceria entre o Centro de Microscopia In Vivo da Duke University, Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Tennessee, Universidade da Pensilvânia, Universidade de Pittsburgh e Universidade de Indiana.
Esses cientistas foram capazes de obter imagens de ressonância magnética 64 milhões de vezes mais nítidas que as disponíveis atualmente.
- A ressonância testada nos roedores foi capaz de registrar imagens com tantos detalhes que cada voxel (versão 3D de um pixel) media apenas 5 mícrons — ou cinco milésimos de milímetro.
- Esses resultados apresentam um novo cenário para esse tipo de exame que, embora o atual seja avançado o suficiente para detectar possíveis tumores cerebrais, as imagens mais nítidas podem facilitar diagnósticos e fornecer informações mais precisas sobre o funcionamento do órgão.
Durante a realização desses testes, a equipe utilizou um ímã potente de 9,4 Tesla (em ressonâncias magnéticas clínicas geralmente é usado uma versão de 1,5 a 3 Tesla), um conjunto de bobinas de gradiente 100 vezes mais fortes do que em exames padrão e um supercomputador equivalente a 800 laptops. Todos os equipamentos funcionaram de forma conjunta em uma única cobaia.
Muito além de tumores, os cientistas acreditam que os detalhes fornecidos em imagens com essa qualidade podem permitir diversos estudos detalhados sobre o funcionamento cerebral — o que inclui o surgimento de doenças neurodegenerativas, como, por exemplo, a doença de Alzheimer.
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“É algo que é verdadeiramente capacitador”, afirma G. Allan Johnson, autor do projeto e professor de radiologia, física e engenharia biomédica da Duke. “Podemos começar a olhar para as doenças neurodegenerativas de uma maneira totalmente diferente.”
Uma pesquisa apoiada pelo Instituto Nacional do Envelhecimento descobriu que intervenções dietéticas e medicamentosas modestas podem levar os animais a viver 25% mais […] Então, a questão é: seu cérebro ainda está intacto durante essa vida útil prolongada? Eles ainda poderiam fazer palavras cruzadas? Eles serão capazes de fazer Sudoku mesmo que estejam vivendo 25% mais? E agora temos a capacidade de olhar para isso. E, ao fazermos isso, podemos traduzir isso diretamente na condição humana.
G. Allan Johnson
Com informações de New Atlas
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