Após a falha no lançamento do Vega-C, em dezembro, as missões espaciais europeias deverão sofrer atrasos significativos. Isso porque esse foguete ficará em terra pelo menos até o fim de 2023.
Para prejudicar o cronograma ainda mais, o Vega – irmão menor e menos potente do Vega-C – também experimentou duas falhas de lançamento nos últimos anos. Ainda assim, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Arianespace pretendem retomar os lançamentos do Vega até setembro de 2023.
Além disso, a produção do foguete Ariane 5 foi descontinuada e seu sucessor, Ariane 6, não fará um voo inaugural pelo menos até o fim de 2023.
Por fim, devido à guerra entre Rússia e a Ucrânia, os países europeus cancelaram contratos para lançamentos com os foguetes russos Soyuz.
Este é um momento em que precisamos refletir profundamente como recuperamos o acesso independente ao espaço para a Europa.
Josef Aschbacher, diretor-geral da Agência Espacial Europeia (ESA)
Apenas dois foguetes Ariane 5 ainda estão disponíveis para lançamentos. Um deles irá levar a missão Jupiter Icy Moons Explorer em abril.
Já a outra grande missão da agência europeia, o telescópio espacial Euclid, será levado por um SpaceX Falcon 9 ao invés de um Soyuz. Por isso, decolará do Cabo Canaveral, na Flórida em julho – ao invés de sair da Guiana Francesa.
Atualmente, o Vega e Vega-C têm uma carteira de 15 voos para fazer, que incluem a sonda de mapeamento da Terra Sentinel 2C da ESA e também um satélite climático e meteorológico EarthCare, que a ESA operará em conjunto com a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão.
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Vega-C: motivo da falha
Segundo a investigação oficial, uma peça defeituosa produzida pela empresa ucraniana Yuzhnoye, antes do início da guerra, foi responsável pela falha no Vega-C em dezembro.
Após a decolagem, o primeiro estágio do Veja-C teve um desempenho impecável. O motor no segundo estágio – um Zefiro 40 alimentado por combustível líquido – também foi acionado conforme o planejado. Porém, 144 segundos após o lançamento, a pressão nas mangueiras que alimentam o bocal começou a cair.
A investigação rastreou o problema a um componente, feito de um composto de carbono-carbono, que alimenta o bocal de combustível no Zefiro 40. Ele teve que suportar altas tensões mecânicas e gradientes térmicos, mas sua densidade não era suficientemente homogênea, o que levou à sua ruptura. No entanto, a investigação não encontrou nenhum ponto fraco no projeto do motor.
Segundo o diretor-geral da ESA, a agência vai realocar € 30 milhões para substituir a peça defeituosa e realizar uma nova série de testes do Zefiro 40 no solo.
Via Nature.
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