Durante a abertura dos jogos olímpicos de 2020, a cerimônia apresentada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) viu ser premiado com um louro olímpico – a tiara de folhas comum aos medalhistas da competição – o banqueiro Muhammad Yunus, natural de Bangladesh. Mas poucos na ocasião sabiam de fato quem ele é – e, mais importante para nós, o seu impacto no mercado brasileiro.
Yunus é conhecido por muitos como o “banqueiro social”, oferecendo todo tipo de auxílio financeiro a populações carentes por meio da empresa que criou em 1983, o Grameen Bank. Nele, são oferecidas linhas de crédito para empréstimos para empreendedores de países de terceiro mundo, em condições e juros que, normalmente, os bancos mais tradicionais tendem a recusar.
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Segundo o próprio Muhammad Yunus, seu banco já emprestou mais de US$ 12 bilhões (R$ 62,45 bilhões) e tem 97% de sua carteira de clientes constituída de mulheres. Essa percepção mais progressista também trouxe reflexos no Brasil: em 2011, seus negócios expandiram para cá, por meio da criação da Yunus Negócios Sociais, uma empresa de aceleração de capital que busca unir empreendedores de pequeno porte a possíveis investidores, tendo ajudado a empresas como Moradigna, Beone Technologies, Assobio Soluções Socioambientais, Renovatio e MatureJobs.
Muhammad Yunus e o esporte
Yunus não pôde comparecer pessoalmente à abertura dos jogos em Tóquio, preferindo participar por meio de uma chamada de vídeo de sua casa em Daca, capital de Bangladesh.
O envolvimento de Yunus com o esporte tem uma diretriz parecida com seus pilares bancário e de investimento: o auxílio a quem tem a capacidade, mas não o acesso. No caso da Yunus Sports Hub – marca que ele criou -, a ideia é a de fomentar iniciativas sociais voltadas ao esporte, promovendo o acesso de públicos de baixa renda à participação em negócios do ramo.
“No esporte, os negócios sociais têm uma oportunidade única para iniciar a mudança”, diz trecho descrevendo a missão da empresa em seu site oficial. “Como o progessor Yunus afirmou em seu discurso de abertura do COI nos jogos olímpicos e paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, ‘o esporte é poderoso porque é básico a nós, seres humanos’”.
A grosso modo, a Yunus Sports Hub oferece praticamente os mesmos produtos do Grameen Bank – investimento, incubação empresarial, treinamento, consultoria e venture building, por exemplo – mas voltado ao desenvolvimento do esporte.
A sua marca colocou Bangladesh nos olhos do mundo – mesmo considerando que, em termos esportivos, o pequeno país asiático não tenha muita expressão, nunca em sua história tendo ganhado sequer uma medalha.
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