Será que Alfonso Cuarón arrasará nos prêmios Oscar com sua obra-prima, “Roma”? Será que o prêmio mais importante da noite, o de melhor filme, irá para o mexicano e pela primeira vez para um filme em outro idioma?
– Netflix fará história ? –
O gigante do streaming Netflix pode dar um grande salto em sua cruzada para ser o rei da distribuição e fornecedor de conteúdo de qualidade original se “Roma” conquistar seu primeiro Oscar de melhor filme.
“Roma” recebeu 10 indicações, incluindo categorias importantes como direção e atuação.
A Amazon Studios teve uma indicação a melhor filme em 2017, com “Manchester à beira-mar”, mas não levou.
A estatueta para “Roma” também seria histórica porque nenhum filme não falado em inglês levou o prêmio mais importante da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
Seria a cereja do bolo para uma temporada bem sucedida de prêmios para Cuarón, que se inspirou para produzir o filme em preto e branco em sua mãe, sua babá e sua infância no México turbulento da década de 1970.
Quatro das dez indicações para “Roma” são para ele: melhor filme como produtor, melhor diretor, melhor roteiro original e melhor fotografia.
Um seleto grupo conseguiu este número de indicações: Warren Beatty, com “O céu pode esperar” e “Reds”, e os irmãos Joel e Ethan Coen por “Onde os fracos não têm vez”.
– Glenn Close finalmente levará a estatueta? –
Glenn Close é uma atriz veterana, com experiência no teatro, no cinema e na televisão, que soube conquistar o respeito dos seus colegas.
Tem três Emmys, três Globos de Ouro e três Tonys, mas nunca ganhou um Oscar.
Todos os prognósticos indicam que isto vai mudar este ano, com sua sétima indicação.
Close, de 71 anos, recebeu críticas contra e a favor por sua interpretação de Joan Castleman, uma mulher que se vê em uma encruzilhada no casamento com um escritor (Jonathan Pryce) em “A esposa”.
Mas até agora tem arrasado nesta temporada de prêmios, incluindo o Globo de Ouro e o do Sindicato dos Atores dos Estados Unidos (SAG), que dividiu com Lady Gaga.
– Onde fica Spike Lee? –
Spike Lee ainda se ressente do que vê como um dos maiores desprezos de parte da Academia: dar o Oscar em 1990 a “Conduzindo Miss Daisy” e nem sequer indicar seu filme “Faça a coisa certa”.
Mas este ano, seu “Infiltrado na KKKlan” é indicado a seis prêmios, três dos quais podem ir para o próprio Lee: produtor, diretor e roteiro adaptado.
Lee ganhou um Oscar honorário recentemente por seu trabalho, mas nunca levou para casa um prêmio em disputa. Muitos esperam que a história sobre um policial negro infiltrado na Ku Klux Klan vá mudar esta história.
– Oscar sem mestre de cerimônias é melhor ou pior? –
Pela primeira vez em 30 anos, a cerimônia do Oscar será celebrada sem apresentador.
A Academia havia convidado Kevin Hart, mas depois das críticas por tuítes homofóbicos que escreveu anos atrás, o vínculo acabou.
Os produtores decidiram não ter mestre de cerimônias pela primeira vez desde 1989, ano lembrado precisamente pelo desastre do dueto musical entre o ator Rob Lowe e… a Branca de Neve.
Será que a ausência do MC vai produzir uma cerimônia mais curta, que é o que a audiência e membros da indústria têm pedido?
– Luxo musical –
Lady Gaga, Kendrick Lamar, Queen com Adam Lambert, Bette Midler: as grandes estrelas da música serão o ponto central do Oscar, para interpretar canções indicadas e para entreter o público.
Gaga e Bradley Cooper vão interpretar a balada “Shallow” de “Nasce uma estrela” ao vivo pela primeira vez na televisão.
Midler cantará “The Place Where Lost Things Go” de “o Retorno de Mary Poppins” e a ganhadora do Oscar, Jennifer Hudson, interpretará “I’ll Fight”, do documentário “RBG”, sobre a magistrada da Suprema Corte Ruth Bader Ginsburg.
Soma-se, ainda, o grupo Queen com “Bohemian Rhapsody”, história do nascimento e estrelato da banda de rock, que tem cinco indicações, inclusive de melhor filme e melhor ator (Rami Malek como Freddie Mercury).