Ainda que com ressalvas, o Google anunciou nesta terça-feira (16) uma redução na taxa cobrada para desenvolvedores de apps na Google Play Store. A partir de 1º de julho, a empresa de Mountain View passará a cobrar 15% em cima do faturamento dos aplicativos hospedados por ela na loja virtual, ao invés dos costumeiros 30%. A situação segue uma medida similar adotada pela Apple em novembro de 2020.
Entretanto, a novidade do Google não é um simples corte: a redução para 15% passa a valer a partir do primeiro milhão de dólares (ou € 720 mil, na Europa). A medida foi confirmada pela empresa por meio de uma postagem em seu blog oficial, assinada por Sameer Samat, vice-presidente de gestão de produtos do Google.
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“Um dos aspectos mais importantes da missão do Google Play é ajudar os desenvolvedores a construir negócios sustentáveis. Todos os dias, trabalhamos com parceiros para compreender os desafios enfrentados por eles e ajudá-los a concretizar ideias inovadoras. Criar um aplicativo novo, tirá-lo do solo e colocá-lo em órbita não é fácil! Para ajudar nessa jornada de crescimento, o Google oferece vários tipos de apoio”, diz um trecho do post, listando produtos como a Play Academy e o Indie Games Festival como ferramentas de suporte aos desenvolvedores.
Apesar da condição específica de redução, a medida vem como uma boa novidade para os profissionais do setor. Com o Google oferecendo redução de 50% na taxa da Play Store, os desenvolvedores poderão, segundo a empresa, “ganhar escala num momento fundamental do processo de crescimento – permitindo contratar mais engenheiros, aumentar a equipe de marketing ou a capacidade do servidor”.
Briga antiga sobre a taxa
A cobrança de taxas em cima do faturamento de aplicativos é algo relativamente comum na maior parte das empresas que possuem uma loja digital. Não só o Google faz isso na Play Store, mas a Apple também pratica a mesma medida na App Store e a Sony na PlayStation Network. Embora não seja uma regra no sentido legal da discussão, as empresas entraram em um consenso de 30% de cobrança.
Isso gerou diversos problemas para Google e Apple, principalmente, haja vista que algumas empresas argumentaram que os custos incidentes do pagamento dessa taxa seriam inevitavelmente repassados ao consumidor. Spotify e Tinder foram duas marcas que sinalizaram justamente isso, encarecendo seus serviços de assinatura em uma das plataformas.
O maior exemplo de briga em relação à taxa vem da Epic Games: em agosto de 2020, a empresa viu um de seus principais produtos – o jogo online “Fortnite” – ser terminantemente banido da App Store pois, segundo a Apple, a companhia liderada por Tim Sweeney criou um meio de pagamento processado dentro do jogo, evitando que a tarifa da loja fosse cobrada. Processos judiciais foram encaminhados de ambos os lados e a situação ainda permanece sem solução.
Nesse ponto, o Google oferece uma vantagem que a Apple não tem: por mais que a Play Store seja o padrão na aquisição de novos aplicativos, a empresa de Mountain View não impede que apps sejam instalados no Android por outras vias. O jogo “Fortnite”, por exemplo, pode ser instalado em smartphones com o sistema operacional ao ser baixado diretamente do site da empresa. No caso da Apple, o único meio oficial é pela App Store.
“Nossa plataforma só terá sucesso se nossos parceiros tiverem sucesso. Android e Google Play sempre escutaram o que os desenvolvedores de todo o mundo têm a dizer, e continuaremos levando em conta suas ideias e sugestões para construir e administrar nosso ecossistema”, finaliza o texto publicado no blog do Google.
Fonte: Google Brasil
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