Nesta sexta-feira (12), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou o registro definitivo no Brasil da Covishield, a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido. O imunizante — que tem eficácia global de 70,42% contra a doença — já havia sido liberado em janeiro para uso emergencial.
O registro permite que a vacina seja utilizada de forma permanente e em toda a população brasileira. Com isso, cerca de 112 milhões de doses da substância devem ser distribuídas até junho. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já estuda enviar 3,8 milhões de unidades em março.
Além disso, com o registro definitivo, a Fiocruz pode iniciar uma nova etapa de produção da Covishield no Brasil. No entanto, a entidade precisará de certificação para fabricar o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) no país — atualmente, a Fiocruz faz o envase do IFA importado da China. A expectativa é de que a fundação produza cerca de 110 milhões de doses de vacinas totalmente nacionais, a partir do meio do ano. A quantidade total de imunizante vai atingir 222 milhões de unidades ao longo de 2021.
Aprovada, mas com ressalvas
Apesar da aprovação, a Anvisa reforça que ainda há incertezas sobre o produto e, por isso, o registro foi condicionado à apresentação de uma série de dados pela Fiocruz. De acordo com a agência, mais informações (como os resultados em idosos) são necessárias para analisar a prevenção de formas graves da doença e para estudar a neutralização contra variantes do novo coronavírus.
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Essa desconfiança não se limita ao Brasil. Nesta semana, nove países europeus (como Áustria, Estônia, Lituânia e Luxemburgo) suspenderam o uso da fórmula da AstraZeneca. Isso porque há estudos que associam casos de coágulos no sangue ao uso do imunizante, o que provocou a abertura de investigações por agências de saúde europeias.
A farmacêutica, por sua vez, afirma que a vacina passa por um controle de qualidade rígido e que não foram reportados eventos adversos graves associados a ela. Também nesta sexta-feira, um porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que não há evidências de que a Covishield cause a formação de coágulos no sangue e recomendou que seu uso seja mantido.
Fonte: Estadão
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